Cinco policiais militares que ajudaram no resgate do bebê indígena da etnia Kamayurá que foi enterrada viva, na terça-feira (5), em Canarana, a 838 km de Cuiabá, foram recebidos pelo governador Pedro Taques (PSDB), no Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso, e foram homenageados pela ação.
Foram homenageados o major João Paulo Bezerra do Nascimento, os sargentos Edson Fernando Poll e Adenilto Santos Oliveira e os soldados Jabes Raoni Sturm Aroca e Henrique Galvão Ataídes. Segundo o governo, a menção honrosa vai constar na ficha funcional dos servidores e pode contar pontos na progressão de carreira.
Além dos policiais militares, também foram homenageados os policiais civis Dicson Danillo Souza Moura e Patrícia Gouveia Franco, que participaram do resgate da criança, enterrada viva no quintal da casa da família de índios.
Para os policiais, a criança sobreviveu graças a um milagre, pois passou seis horas enterrada, sem oxigênio. A recém-nascida foi enterrada nua em uma cova de aproximadamente 30 centímetros de profundidade.
Os policiais foram até o local depois que receberam uma denúncia de que uma criança havia sido enterrada no quintal de casa, sem passar pelo Instituto Médico Legal (IML). Eles disseram que não imaginavam que o bebê pudesse estar vivo, mas mesmo assim começaram a cavar para retirar a criança e durante a escavação viram que estava viva.
Segundo os policiais, a denúncia foi fundamental para que a criança fosse salva.
A bisavó do bebê, até então apontada como responsável pelo enterro, está presa desde quarta-feira (6). À polícia, ela disse que achou que a criança estivesse morta e que, por isso, a enterrou.
A mãe da criança, de 15 anos, sentiu contrações e deu à luz no banheiro da casa. O bebê teria batido a cabeça no chão e não teve reação após o nascimento, segundo a família.
A menina está internada desde quarta-feira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Ela pesa 2,4 kg e mede 47 centímetros. Segundo o hospital, a recém-nascida passa por um tratamento de infecção e a equipe pediátrica descartou qualquer tipo de cirurgia.