Nascida há quase duas semanas, a bebê Maria Helena Rodrigues Coutinho aguarda há quatro dias por uma cirurgia e uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), que informou que o bebê já está regulado e aguarda apenas uma vaga na UTI Neonatal do Hospital Geral, em Cuiabá, para ser transferido.
Diagnosticada com espinha bífida e apresentando crises convulsivas, ela está sendo mantida em uma incubadora no Hospital Municipal de Juína, a 737 km de Cuiabá.
Os pais de Maria Helena ingressaram com uma ação na Justiça após serem informados de que o estado não tinha UTI neonatal disponível para a transferência da filha, nem vaga para transporte via UTI aérea.
Na quinta-feira (7), o juiz Fábio Petengill, da Primeira Vara Cível de Juína, determinou que o governo providencie um leito e o tratamento necessário para a paciente, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 1 mil.
"É notório que se a paciente não for imediatamente internada em UTI neonatal e ser submetida à cirurgia neurológica, poderá sofrer dano irreparável à própria vida, conforme evidenciam os documentos atrelados ao pedido", afirmou o juiz, na liminar.
Trabalhador autônomo, o pai da bebê, Claudemir Alves Coutinho, afirmou ao G1 que procurou todos os meios que estavam ao seu alcance para conseguir a transferência da filha antes de recorrer à Justiça, sendo sempre informado de que não havia vaga disponível em nenhum hospital do estado com neurocirurgião.
"Ficamos indignados, porque minha filha está lutando pela vida dela e não conseguimos uma resposta do estado. É um sentimento de impotência muito grande ver ela acordar, ficar toda rígida e agitada e precisar ser sedada para dormir de novo", afirmou.
Maria Helena nasceu de cesárea no dia 26 de maio, em um hospital particular de Juína. Assim que nasceu, foi diagnosticada com espinha bífida, mas encaminhada para casa. No domingo (3), ela começou a passar mal e os pais a levaram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
"Ela teve vômito, febre e na UPA deram uma injeção e a mandaram para casa novamente", disse o pai.
Os pais voltaram a procurar ajuda médica no mesmo dia ao perceber que a filha não melhorava, sendo encaminhados ao Hospital Municipal de Juína, onde a bebê segue internada.
Na madrugada desta sexta-feira (8), Maria Helena foi transferida para uma incubadora, por apresentar dificuldades para respirar.
"É uma situação muito difícil, mas esperamos que a Justiça seja feita", afirmou o pai.