Um desmate ilegal de 2,6 mil hectares no norte de Mato Grosso foi identificado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão divulgou nessa segunda-feira (11) que aplicou multa de R$ 13,7 milhões em quatro fazendas no norte de Mato Grosso.
A situação foi descoberta através de uma metodologia criada pelo Ibama em parceria com a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa).
A infração foi confirmada durante inspeção realizada por agentes do Ibama e técnicos da Jaxa com drones para validar dados gerados por satélite. Quatro fazendas foram autuadas por destruir floresta nativa da Amazônia, área sujeita a regime especial de proteção.
Em uma das propriedades, localizada entre Itaúba e Cláudia, municípios a 599 e 608 km de Cuiabá, os 785 hectares desmatados estavam localizados em uma reserva legal. Na Amazônia, os imóveis rurais devem manter no mínimo 80% da cobertura florestal nativa.
Desenvolvida com apoio das agências de cooperação internacional brasileira (ABC) e japonesa (Jica), a metodologia que permitiu detectar o corte raso em Mato Grosso usa satélite com sensores de radar capazes de identificar alterações de cobertura vegetal através de nuvens.
Esse conhecimento é usado pela Jaxa para monitorar florestas tropicais em 77 países. Dados obtidos a partir de 2016 apontam o desmatamento de aproximadamente 1,3 mil km² em toda a Amazônia.