Produtores rurais da região oeste de Mato Grosso foram autuados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por arrendar terras indígenas e utilizá-la para cultivo de soja transgênica.
Os agentes de fiscalização autuaram 16 arrendatários, duas fazendas e cinco associações indígenas pela ilegalidade.
Foram aplicadas 44 multas aos agricultores, que totalizam mais de R$ 129 milhões. Cerca de 16 mil hectares estariam sendo explorados ilegalmente nas terras dos povos Paresi, Tirecantinga, Utiariti, Manoki e Uirapuru. A área foi embargada pelo Ibama.
Segundo os agentes, durante a fiscalização não foi constatada a participação direta dos índios nas lavouras. No entanto, as associações indígenas administravam os recursos provenientes dos arrendamentos.
As cinco associações foram autuadas por cultivo ilegal de produtos transgênicos e por colaborar com a utilização indevida de recursos naturais, contrariando as normas previstas na constituição. Elas foram multadas e devem pagar mais de R$ 5 milhões.
De acordo com o artigo 231 da Constituição Federal e o artigo 22 do Estatuto do Índio, é proibido o uso de terras de reserva para qualquer atividade que não seja exclusivamente para a subsistência dos povos indígenas.
As autuações foram feitas nos municípios de Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Sazepal, Campos de Júlio, Nova Lacerda e Brasnorte.