A Comissão Processante que investiga irregularidades da administração da prefeita afastada, Luciane Bezerra encerrou na tarde desta quinta-feira 14, as oitivas das testemunhas arroladas pela comissão e das indicadas pela defesa.
Após prestar as informações inquiridas pelos membros da comissão, Luciane Bezerra conversou com a equipe de reportagem do Grupo Amplitude de Comunicação e disse que em nenhum momento se sentiu constrangida ao depor e enalteceu o trabalho realizado pelos vereadores.
“É um momento importante que tive para me defender de tudo o que já havia sido apontado pelo Ministério Público, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e agora por esta Comissão Processante. Entendo que os vereadores estão cumprindo o papel que o povo lhes confiou, que também é investigar quando denúncias chegam ao conhecimento do Poder Legislativo” argumentou Luciane.
Questionada pela nossa reportagem do que espera a partir de agora, ela disse: “Que os membros da comissão tenham um julgamento justo, sem paixões políticas e sempre a luz da verdade”.
Perguntada se o relatório indicar pela sua cassação, disse não acreditar nesta hipótese. “Não vejo motivos para cassação de mandato, não houve má-fé, não houve desvio de recursos públicos. Tenho refletido muito sobre isto e se vier a acontecer, talvez não recorra desta decisão. Deixo de lado e vou cuidar da minha vida, da minha família, das minhas coisas. Vou aguardar o que vem pela frente e depois tomar a decisão que entender mais acertada. Digo, porém, que Juara tem muita coisa pra ser conquistada, para ser feita, uma guerra política ou até mesmo jurídica ninguém suporta mais. É importante destacar que não vou aceitar injustiças e vou me defender de todos os ataques a mim dirigidos, tudo isso tem que ser tratado com muita transparência e é isso que todos estamos fazendo” pontuou a prefeita.
De acordo com o relator da Comissão Processante, vereador Léo Boy, o inquérito tem 18 volumes e cerca de 7 mil páginas.
Luciane Bezerra tem agora 5 dias úteis para apresentar a sua defesa por escrito e submetê-la ao crivo da Comissão Processante. Após isso, o relatório será discutido entre os membros da comissão e submetido à apreciação do plenário que pode votar pela cassação do mandato ou pelo arquivamento.
Conforme a presidente da comissão, vereadora Marta Dalpiaz, com a finalização das oitivas o trabalho ainda não é encerrado. O prazo é até o dia 15 de julho para que o relatório seja apresentado.
“Nossa tarefa agora é elaborar o relatório final dentro do prazo que ainda dispomos e encaminhá-lo para votação em plenário. Todos os depoentes deram suas versões sobre os questionamentos da comissão e a prefeita afastada teve a oportunidade de se explicar sobre as denúncias que estamos investigando. Com o relatório final, cada parlamentar é livre para decidir, ou pela cassação do mandato da prefeita ou pelo arquivamento do processo. Seja o que for a democracia vai prevalecer sempre” garantiu Marta.