O término do Ramadã, mês sagrado em que os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol, por 30 dias terminou nesta sexta-feira (15), na Mesquita, que fica no Centro de Cuiabá. Cerca de 100 pessoas se reuniram para realizar as orações diárias e o desjejum.
Na religião muçulmana, esse é um momento de reflexão.
A cozinheira Maria José Ferreira Santos, que compareceu à celebração, explicou que pratica a religião muçulmana há pouco mais de um ano. Para ela, o Ramadã é um período em que as pessoas realizam orações em adoração a Alá.
Ela explicou que estudou a religião e que se converteu antes do Ramadã de 2017. Maria disse que durante este período é necessário realizar cinco orações diárias entre às 5h da manhã e 18h30.
"É uma grande benção, porque nessa religião eu me encontrei e segui-la me faz muito feliz", disse.
A diretora de estudos islâmicos Soraia Nagib Hijazi é praticante da religião desde criança. Ela explicou que a filha dele Mariam Mohamad Hallak, de 20 anos, também sempre seguiu os ensinamentos do Alcorão.
Soraia disse que, durante as aulas de fisioterapia, a filha pede licença da aula para fazer as orações diárias. Ela explicou que a religião muçulmana é baseada no calendário lunar.
O sheik Abdussalam Almansori, que comanda a Mesquita de Cuiabá há três anos, disse que se formou em linguagem árabe no Iêmen, país onde nasceu, e em 'Lei do Direito' em uma universidade de Mato Grosso, ambos os cursos feitos ao mesmo tempo. Segundo o sheik, isso foi possível devido às diferenças entre o calendário solar e o lunar.
"Eu consegui fazer as duas faculdades ao mesmo tempo porque o calendário lunar de lá é diferente do calendário utilizado aqui", avaliou.
Durante o Ramadã, os muçulmanos se absteem de comer, beber, fumar e ter relações sexuais do nascer ao pôr do sol. Abdussalam explicou que as crianças, mulheres grávidas, além de pessoas doentes, não são obrigados a jejuar.
"Tem algumas pessoas que podem quebrar o jejum. O Ramadã é para facilitar a vida das pessoas e não dificultar", afirmou.
Quando o ramadã termina, a comunidade que frequenta a Mesquita comemora o ‘Eid al-Fitr’. Durante as orações, o sheik explicou que a religião muçulmana é baseada na crença, adoração e ética.
Segundo ele, para ser um muçulmano, é necessário ter um bom diálogo com a comunidade, além de preservar a mente, saúde e o corpo. Ele frisou que o islamismo é uma religião monoteísta, fundada pelo profeta Maomé, e que o Alcorão é composto por apenas um livro, que também conta as histórias dos profetas.
"Nós devemos preservar nossa religião, mente e nossa alma e isso nos torna bons muçulmanos. O alcorão é um livro só, mas nele também é contato as histórias dos profetas", contou.
Durante o desjejum do ramadã, o sheik Abdussalam explicou que são doados 3 kg de alimentos por cada pessoa da família às famílias carentes e moradores de rua.