Gerson Rodrigues da Silva Filho, de 38 anos, e José Valmir Borchers, de 48 anos, foram presos na tarde da última sexta-feira (15), por participação em uma associação criminosa, que planejava dar um rombo de quase R$ 1,5 milhão na Caixa Econômica Federal, na Avenida Barão de Melgaço, em Cuiabá. Outros dois homens também são investigados no esquema milionário.
Os suspeitos presos pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), foram autuados por crimes de tentativa de estelionato, na forma de alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria e associação criminosa.
Segundo a assessoria de imprensa, os dois suspeitos foram abordados na agência bancária quando iam consolidar o financiamento. No momento, o investigado Gerson Rodrigues se apresentou como corretor de imóveis rurais, amigo de José Valmir. Ele não portava documento, mas alegou que estavam em seu carro. Ambos foram solicitados para comparecer à delegacia para esclarecimentos, mas os policiais desconfiaram da insistência de Gerson em deixar o veículo em um estacionamento.
Em apoio, uma segunda equipe conduziu até a Delegacia o veículo Pajero com diversos documentos encontrados dentro, sendo eles: nota promissória no valor de R$ 10,300,00; duas folhas de cheque de R$ 5.000,00; cédula rural hipotecária; cópia da matrícula de imóvel rural registrado em cartório de Chapada dos Guimarães, procurações diversas e outros.
A suspeita do golpe chegou ao Núcleo de Inteligência da unidade policial via o sistema de segurança da Caixa Econômica Federal, agência da Avenida Barão de Melgaço, em Cuiabá. Segundo a informação, um homem estava prestes a consolidar empréstimo de R$ 1.492.318,98 dando como garantia um imóvel rural, localizado no município de Chapada dos Guimarães. O dono da fazenda descobriu que suas terras eram dadas como caução, após buscar a segunda via do registro do imóvel no cartório da cidade e ser alertado do financiamento. Na segunda-feira (11), a vítima comunicou o fato na Delegacia de Polícia de Chapada.
Um dos pontos da investigação foi confirmar que havia divergência na assinatura do real dono da fazenda, com o documento apresentado pelo golpista ao banco. Depois de confrontar a assinaturas com outros documentos oficiais, os policiais constataram que aquela assinatura no contrato de garantia do imóvel era fraudada.
"Restou claramente configurada a fraude praticada, demonstrada pela apresentação de documentos eivados de falsidade ideológica, através dos quais, por muito pouco, não se configurou um golpe que quase chegou a cifra de um mil e quinhentos mil reais", afirmou o delegado Caio Fernando Álvares Albuquerque, em seu primeiro flagrante lavrado na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), após assumir nesta semana a titularidade da unidade.
O delegado disse que além da assinatura fraudada do imóvel, os estelionatários também apresentaram uma certidão do cartório de 5º ofício da Capital, com falsificação de assinaturas de reconhecimento de firma, tanto na cédula de crédito apresentada como sendo da vítima proprietária da fazenda como do escrevente e carimbo do cartório.
Conforme o delegado, os dois presos não tiveram fiança arbitrada na Delegacia em razão das penas máximas fixadas ultrapassarem quatro anos de reclusão. Eles também tiveram pedido de conversão do flagrante em prisão preventiva, no documento de homologação do auto de prisão em flagrante, que será entregue junto com os dois presos, em audiência de custódia no Fórum de Cuiabá, na manhã deste sábado (16.)