Um novo laudo da empresa Forense Lab, realizado agora com medição no local onde o verdureiro Francisco Lucio Maia morreu atropelado pela médica Letícia Bortolini em Cuiabá, apontou que o Jeep Compass da médica estava a 118,66 km/h no momento que atingiu a vítima. O laudo anterior, feito com base nas gravações das câmeras de segurança, apontava velocidade de 95 km/h.
O primeiro laudo da Forense Lab não era tão preciso porque considerava apenas as imagens das câmeras de segurança, porém apontava a velocidade de 95 km/h, o que já é superior à velocidade de impacto apontada no primeiro laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), de 30 km/h.
Uma nova perícia foi feita pela Forense Lab, agora com medição no local do acidente, e apontou a velocidade de 118,66 km/h no momento em que o Jeep Compass da médica atingiu o pedestre. Uma nova perícia também foi realizada pela Politec, no local do acidente, na madrugada desta sexta-feira (15).
Plágio
Um primeiro laudo da Politec apontava que o verdureiro estava embriagado e que a velocidade de impacto do veículo seria de 30 km/h. O delegado titular da Deletran, Christian Cabral, após receber o laudo, questionou as informações contidas nele e solicitou a realização de um laudo por meio da Forense Lab. A perícia da empresa apontou a velocidade de 95 km/h.
O Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais de Mato Grosso (Sindpeco) concedeu uma entrevista coletiv no último dia 11 e acusou a empresa Forense Lab de ter plagiado um laudo de 2014, de um caso ocorrido em Sapezal (529 quilômetros de Cuiabá), e utilizado seus dados neste laudo do caso do verdureiro. A categoria pretende ir ao Ministério Público Estadual (MPE) para fazer representação pela suposta cópia.
Ludmila Rodrigues, administradora da Forense Lab, explicou ao Olhar Direto que “criaram todo este teatro para falar que o laudo foi plagiado, sendo que a metodologia utilizada é feita para quando você não faz a medição no local. É uma das melhores metodologias existentes para poder quantificar a velocidade sem estar no local. É utilizada por vários peritos, não há o que se falar em plagio. Além disto há a lei federal nº 9.610, de 1998, que versa sobre isto”.
O caso
Um homem de 48 anos identificado como Francisco Lucio Maia, morreu na noite do dia 14 de abril, após ser atropelado pela médica Letícia Bortolini, 35, na Avenida Miguel Sutil, região do bairro Cidade Verde, em Cuiabá. Letícia estava em um Jeep Compass, com o marido, e ambos fugiram sem prestar socorro à vítima. Na mesma noite, ela acabou sendo presa e encaminhada ao Cisc Planalto, mas acabou sendo solta.
A família do verdureiro se manifestou diversas vezes, indignados com o caso. Durante o depoimento do marido de Letícia, as filhas de Francisco confrontaram a ele e à sua defesa. A médica se recusou a prestar depoimento e afirmou que falará sobre o caso somente à Justiça.