Foi pela porta dos fundos do 13º Batalhão de Polícia Militar que Edina Ferreira Bueno chegou desesperada pedindo por socorro. Seu filho, um recém-nascido de 22 dias, havia acabado de engasgar com leite, estava desacordado e quase sem pulso. Dois policiais militares foram responsáveis por reanimar a criança na última terça-feira (19), em Lucas do Rio Verde (a 354 quilômetros de Cuiabá).
Davi Bueno Amaral é filho de um casal, que mora nas proximidades da base, localizada na avenida Mato Grosso, região central do município. A criança engasgou quando era amamentada por mamadeira. A mãe assustada com a situação correu até o Batalhão e entregou seu filho já desacordado nas mãos do soldado Henrique Silva.
“Ele estava desacordado, sem sinais vitais. Ela entregou na minha mão, sem falar nada e ficou olhando para mim. Ele não estava respirando e com o pulso bem fraquinho”, contou ao Olhar Direto. "A gente tem alguns treinamentos sobre isso, não somos especialistas, mas temos que saber. A partir do momento que uma mãe entrega uma criança naquela situação na sua mão, e você aceita, você esta assumindo um risco. Você está passando uma confiança, que vai resolver o problema".
A partir dai, Silva sabia que os próximos minutos seriam primordiais para salvar a criança. “Eu fiz o procedimento. Coloquei ele em decúbito dorsal na palma da mão, inclinei a cabeça dele para o chão e fiz a massagem nas costas dele”.
No primeiro momento das técnicas de socorro, que foram feitas em cerca de 60 segundos, a criança não apresentou reação. Rapidamente, Silva e o oficial daquele dia, tenente Amaro, entraram imediatamente em uma caminhonete acompanhado dos pais, e seguiram até a unidade mais próxima do Programa Saúde da Família (PSF).
No deslocamento, ambos militares iam revezando nos procedimentos para salvar o pequeno Davi. “No meio do caminho, antes de chegar [na unidade] ele cuspiu leite, desengasgou e abriu os olhinhos. Ele ficou bem molinho, estava bem roxo por conta da [falta de] respiração”, lembrou.
Davi retomou a respiração e sinais vitais. Então, os militares continuaram até a unidade de saúde, e entregaram o recém-nascido aos cuidados da equipe médica. “Acompanhamos até o final. O procedimento foi correto. Um aparelho mediu se a respiração e pulsação estavam corretas para criança. Fizeram todos os procedimentos e falaram que ela já estava normal”, comemorou ele. Após a batéria de exames, o garoto teve alta e pode voltar para casa.
“Uma vez, Deus me livre não resolver, a mãe iria ficar desolada e os próprios policiais também. Uma vez que eu aceitei, eu tinha que resolver. Graças a Deus a gente conseguiu salvar e deu tudo certo”, finalizou.