O ex-prefeito e ex-secretário de Administração de Torixoréu, a 577 km de Cuiabá, Odoni Mesquita Coelho, preso durante pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21), é acusado de desviar R$ 600,5 mil a partir da emissão de notas fiscais falsas que atestavam a conclusão de uma obra que não tinha sido executada, segundo o Ministério Público Federal (MPF). O G1 ainda não localizou a defesa dele.
O crime teria cometido em 2013 quando ele era prefeito do município. Odoni é marido da atual prefeita de Torixoréu, Inês Coelho (PP).
O dinheiro desviado da obra de pavimentação de vias públicas, por meio de um convênio entre a prefeitura e o Ministério da Integração Nacional e Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), foi usado para a compra de uma fazenda em nome de "laranjas", de acordo com o MPF.
Inclusive, um dos mandados de busca e apreensão cumpridos durante a operação nesta quinta-feira foi nessa propriedade rural.
Outros mandados de busca e apreensão foram cumpridos na prefeitura do município, na residência do secretário e da prefeita e em um escritório registrado em nome dele, que, conforme o Ministério Público Federal, era utilizado para realizar as transações irregulares referentes à prefeitura.
A denúncia do MPF aponta ainda que houve aumento vertiginoso de patrimônio no período em que ele estava à frente da administração municipal, além de indícios de lavagem de dinheiro.
Na gestão dele, entre 2013 e 2016, Odoni foi afastado depois de ter sido condenado por improbidade administrativa e, posteriormente, cassado pela Câmara de Vereadores.
Depois que a mulher dele foi eleita prefeita do município, ele foi nomeado secretário de Administração.
A Justiça também determinou o afastamento dele do cargo.
Mas, segundo o MPE, ele não se afastou e continuou realizando as funções de administração do município de Torixoréu e, inclusive, representou a prefeitou em uma reunião realizada na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), em Cuiabá, sobre recursos para a saúde dos municípios do Vale do Araguaia.
Ele também continuava usando veículo oficial da prefeitura.
Após a prisão, Odoni foi encaminhado para a delegacia da Polícia Federal em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá.
A operação foi denominada Pedra Preta, que significa Torixoreu na língua indígena Bororo.