A pequena Analu Paluni Kamayura Trumai, que foi enterrada viva pela bisavó no último dia 5 de maio em Canarana (879 quilômetros de Cuiabá), ainda segue internada na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. De acordo com o hospital a menina apresentou uma melhora considerável e os médicos fazem testes para que seja retirado o cateter e ela não precise mais fazer diálise. Porém, o caso ainda é considerado grave, apesar de estável.
De acordo com a assessora técnica da Santa Casa, Érica Carvalho, a bebê indígena apresentou uma melhora considerável. No entanto, como ainda segue internada na UTI do hospital, o caso dela é considerado grave.
"O estado dela é grave porque a gente ainda não conseguiu tirar ela do respirador, não conseguiu tirar ela da diálise, então o estado para a gente é grave, mas estável, ela não está tendo intercorrências durante o período, os sinais vitais estão estáveis", disse.
Os médicos estão em processo de testes para verificar se a função renal da menina irá voltar ao normal. Ela ainda está com cateter e ainda respira com ajuda de aparelhos. A equipe médica ainda não deu uma previsão para que os dois processos sejam parados.
O caso
Na terça-feira, 5 de maio, a Polícia Civil foi informada de um feto/recém nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.
Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebê, agora identificada pelo Ministério Público como Analu Paluni Kamayura Trumai, foi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.
A bisavó da bebê, , Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.
Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos.