O pai do menino Kauã, que foi morto ao lado do irmão em um incêndio dentro de casaem Linhares, Norte do Espírito Santo, cobrou, durante um protesto neste domingo (1) em Vitória, um posicionamento da igreja dos pastores George Alves e Juliana Sales, que estão presos e são acusados de envolvimento na morte das crianças.
O comerciante Rayni Butkovsky foi enfático ao cobrar um pronunciamento da igreja. “É uma congregação. Eles cuidam de crianças, cuidam de famílias. Como que em nenhum momento falou do luto pelas crianças ou declarou alguma coisa? Só pegaram a Juliana e guardaram dentro de casa. Eles têm que dar algum pronunciamento”, questiona.
O protesto aconteceu pela manhã, na orla da Praia de Camburi e reuniu dezenas de pessoas. Rayni e a avó de Kauã, Marlúcia Butkovsky, organizaram a manifestação contra a violência sofrida por crianças e adolescentes.
A morte dos irmãos Joaquim Sales Alves, de 3 anos, e Kauã Sales Butkovsky, de 6, em um incêndio em Linhares, no Norte do Espírito Santo, o crime ainda gera dúvidas, principalmente, em relação à participação dos pais, a pastora Juliana Sales e o pastor Georgeval Alves, conhecido como George.
O incêndio aconteceu na madrugada do dia 21 de abril. George está preso desde o dia 28 de abril. Ele é acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças. Juliana foi presa no dia 20 de junho, porque, segundo o Ministério Público, sabia dos abusos que os filhos sofriam e foi omissa.
O Ministério Público acredita que Juliana apoiava o marido, que queria se promover na igreja, reunindo mais fiéis e aumentando a arrecadação de valores doados. De acordo com o MP, assassinar os próprios filhos estava nos planos do casal para se promover na igreja.
Durante o protesto, Rayni disse que desde que Geoge foi preso, passou a desconfiar de Juliana. "No início de tudo, não tinha, na minha linha de raciocínio, que ele e ela tinham envolvimento na morte do meu filho e do Joaquim. Com a prisão do George e com os fatos que foram revelados sobre o plano macabro deles e toda a falsidade desde o início, a igreja ainda não se manifestou".
O pastor George está preso no Centro de Detenção, em Viana, na Grande Vitória, e a pastora Juliana ainda está no presídio de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, ainda sem previsão de transferência para o Espírito Santo.
O G1 não conseguiu estabelecer contato com os membros da Igreja Batista Vida e Paz neste domingo.
No dia 26 de junho, a advogada Milene Freire, que faz parte da equipe de advogados que atuam na defesa do casal, falou com o G1 e negou que Juliana e George tenham planejado a morte dos filhos para ganhar fiéis e dinheiro. Neste domingo, as ligações para a advogada não foram atendidas.