O montar de móveis, Valdinei Martins de Lima, encontrou uma bolsa contendo R$ 1.050 em uma agência bancária, na quinta-feira (12), em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. Apesar da sorte, ele resolveu devolver o valor encontrado para um funcionário do banco, pensando que o dono, poderia voltar para buscar.
No mesmo dia, uma mulher procurou o gerente do banco para dizer que havia perdido todo o dinheiro sacado horas antes.
Os servidores imprimiram um extrato da conta da mulher e comprovaram que o valor retirado era o mesmo que Valdinei havia encontrado.
A mulher recuperou a quantia que havia perdido e o montador, diz ter ficado contente em ajudar.
“Outro dia estava conversando sobre isso com um amigo e tinha dito que se eu encontrasse algum dinheiro, não devolveria, porque se eu perdesse também não iam me devolver. Mas, quando eu abri a bolsa e vi o dinheiro, não pensei em outra coisa a não ser devolver. A consciência pesa”, contou ele.
Este não é o primeiro caso de devolução de dinheiro em Tangará. Em março deste ano, a auxiliar de serviços gerais, Maria de Fátima dos Santos, sacou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dela e, por um descuido do atendente, ela recebeu o dinheiro com R$ 500 a menos.
Ela diz ter ficado surpresa com uma ligação do banco, pedindo para que ela voltasse para receber o valor que havia ficado faltando.
O funcionário de um posto de gasolina, Elizeu Cordeiro, de 34 anos, esperou por um cliente por cerca de 10 dias para devolver o troco que o homem havia esquecido durante um abastecimento, em Cuiabá.
“Ele pediu para abastecer R$ 40, mas quando eu peguei o dinheiro tinha R$ 50. Tentei gritar, mas ele não ouviu e saiu com o carro. Então, eu guardei o dinheiro e esperei ele voltar para devolver”, contou Elizeu.
O cliente diz ter ficado impressionado, porque ele não sabia que tinha dado dinheiro a mais.
“Ele teve me mostrar o comprovante para eu acreditar que tinha deixado o dinheiro, porque na minha cabeça, eu tinha dado R$ 40”, relatou o cliente.
De acordo com o historiador, Alfredo da Motta Menezes, a honestidade é inerente a cada pessoa de forma específica. Criação e valores passados pelos pais são importantes, mas a honestidade é nata, é individual.
Elizeu é casado, pai de duas filhas e diz que tenta passar para elas, os mesmos valores que recebeu dos pais.
“Lá [na família dos pais] é tudo certinho, tudo na ponta do lápis. Meus pais ensinaram a viver de maneira correta”, comentou.
Ele está concluindo o curso de filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e, como tema da monografia, desenvolveu um estudo só genealogia da moral.