O carro da médica dermatologista Letícia Bortolini, de 37 anos, que atropelou e matado um vendedor ambulante em abril deste ano, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, estava a 103 km/h no momento em que atropelou a vítima. O número se refere a velocidade média de impacto no momento do acidente.
O G1 tentou, mas não consegiu contato com a defesa de Letícia.
O documento foi elaborado pela Gerência de Perícias em Áudio e Video da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Segundo a instituição, os peritos utilizaram dois trechos de vídeos que mostram o acidente para estimar a velocidade do carro conduzido por Letícia.
Para chegar ao número aproximado, os peritos usaram dois trechos do vídeo, definidos por 3 pontos, sendo eles, antes, durante e após o atropelamento.
Entre o ponto A (antes do atropelamento) e o ponto B (durante o atropelamento), a velocidade constatada é de 103 km/h, com margem de erro de ± 9 km/h.
Já entre o ponto B (durante o atropelamento) e o ponto C (após o atropelamento), a velocidade é de 104 km/h com margem de erro de ± 5 km/h. Ao todo, o documento tem 60 páginas.
Os peritos analisaram o conteúdo de dez câmeras de monitoramento durante 23 horas. Dessas, seis são do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), e quatro de estabelecimentos no entorno do local do acidente.
O laudo deve ser encaminhado ao delegado responsável pelo caso.
Letícia dirigia o carro na companhia do marido, que também é médico, quando atropelou Francisco Lúcio Maia, de 48 anos. Ele empurrava um carrinho de verdura para o canteiro da avenida quando foi atingido pelo automóvel. Ele não estava na faixa de pedestre.
Letícia e o marido não prestaram socorro e fugiram do local. Ela foi detida momentos depois em um condomínio porque uma testemunha seguiu o carro do casal. A médica tinha sinais de embriaguez.