O consumo de carne de qualidade no Brasil é uma tendência crescente no País, o que faz com frigoríficos busquem uma oferta mais qualificada de animais para abate. O presidente do Frigol, Luciano Pascon, disse que essa tendência exige planejamento da indústria e investimentos em programas de premiação. “Não podemos ficar a mercê do que aparece no mercado spot”, disse ele, durante o evento Encontro dos Encontros, promovido pela Scot Consultoria, nesta sexta-feira (17) em São Paulo.
O professor e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), Sergio De Zen, afirmou que o consumo de carne de qualidade deve continuar crescendo. Esse tipo de proteína exige animais com melhoramento genético e investimento nos processos de cria, recria e engorda, como suplementação alimentar adequada. “Essa programação exige a necessidade de conversa franca com o pecuarista sobre qual tipo de produto ele deve ter para oferecer”, disse Pascon.
Ele afirmou que atualmente o Frigol paga prêmio para o pecuarista que consegue agregar valor à produção, para animais meio-sangue (cruzamento de nelores com raças europeias), e que isso deve se expandir para a linha de gado mais comum (nelore). “O Frigol está desenvolvendo planos para as linhas de gado mais comuns, para os próximos anos”, disse.
O analista da Scot, Hyberville Neto, afirmou que bezerros produzidos dentro de padrões de qualidade mais elevados chegam a ser vendidos por valor até 30% acima da referência de mercado.