Depois de duas semanas de operação na Cachoeira do Santuário - situada em Presidente Figueiredo, a 127 km da capital -, a equipe dos bombeiros que atuou nas buscas pela turista carioca desaparecida após tirar "selfie" e cair de 12 metros retornou para Manaus. Nesta segunda-feira (23), o grupo informou detalhes sobre a ação, que terminou no domingo (22) com a retirada do corpo de uma caverna.
A mulher trabalhava como contadora e morava há um ano na capital amazonense. Ela visitou a cachoeira - um dos cartões postais do município - com uma amiga, no dia 8 de julho. Na ocasião, a turista teria ultrapassado um local proibido para tirar foto e foi puxada pela correnteza.
Além dos 12 metros de altura da cachoeira, mais 15 metros separavam o local onde ocorreu a queda até o ponto em que o corpo foi localizado. A turista estava presa na fenda de uma caverna.
De acordo com o sargento e mergulhador do Corpo de Bombeiros Daniel Araújo, uma equipe de mergulhadores atuou na operação. Nos primeiros dias, ele contou que as buscas foram feitas na parte em que a cachoeira desagua.
"Começamos aonde era possível que o corpo estivesse. Descemos cerca de 3 km da corredeira da cachoeira e eliminamos toda a possibilidade de estar fora da caverna. Como não encontramos, decidimos entrar na caverna", disse o sargento.
Segundo ele, a caverna conta apenas com uma entrada. Entretanto, diversas fendas dentro dela criam ramificações distintas. Durante as buscas, o acesso até o local dependia do fluxo da água, o que dificultava o acesso e a segurança dos bombeiros em operação. Por conta disso, uma barreira de contenção precisou ser instalada na entrada da gruta.
"Colocamos uma barreira de contenção de 6 metros de largura e dois de altura na entrada da caverna, para conter a corrente de água. Entramos e encontramos o corpo preso em uma das fendas. Ela estava a uns 15 metros para dentro da fenda", explicou o sargento.
O local onde a turista caiu tem o acesso restrito e sinalizado por corrente e placas. Ainda assim, é comum a passagem de visitantes para tentar fotos em pontos de maior visibilidade. O sargento Daniel Araújo alertou para os perigos na área.
"Muitas das vezes a pessoa fica sozinha e se sente em um momento oportuno de avançar e conseguir uma foto melhor. A rocha é lisa, a força da água pode aumentar de uma hora para outra e um acidente pode acontecer. Todo cuidado é pouco", finalizou.
O corpo da mulher foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). Mesmo com o tempo após a morte da turista, as baixas temperaturas no local permitiram a conservação e fácil identificação do corpo da contadora, que deve ser levado ao Rio de Janeiro.