nfermeiros do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá decidiram entrar em greve na manhã desta segunda-feira (30). A justificativa dada por eles é o atraso de salário de três meses. É a segunda greve da categoria no hospital somente este ano.
Os médicos da unidade realizam assembleia hoje (30) à noite para decidir se irão juntar-se aos colegas de trabalho.
Representando os enfermeiros do HSC, o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen) informa que a paralisação é devido aos inúmeros atrasos nos repasses praticados tanto pela prefeitura de Cuiabá quanto pelo governo de Mato Grosso.
A dívida aferida pela direção da Santa Casa ultrapassa os R$ 20 milhões. Com a equipe médica são R$ 6 milhões e com dois meses de atrasos dos demais funcionários, enfermeiros inclusos, somam outros R$ 3 milhões. O restante seria recursos de fornecedores.
“Greves frequentes por atrasos no pagamento da equipe de enfermagem, adiamentos de procedimentos devido à dívida com fornecedores, atraso no repasse dos médicos e atraso no pagamento da bolsa dos médicos residentes são partes dos problemas enfrentados no momento”, diz nota repassada pelo diretor do Sinpen, Cesar dos Santos.
Diretor da Santa Casa de Cuiabá, Antonio Preza afirma que o HSC opera com um déficit mensal de cerca de R$ 700 mil e diz não ter mais condições de financeiramente manter o hospital funcionando. Há tempos, as únicas coisas mantidas em dia são remédios, alimentação e materiais. Ele confirma o aludido pelo sindicato, de atraso geral dos pagamentos de absolutamente todos os funcionários.
Outro lado
Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde contradiz o diretor do HSC ao afirmar que grande parte dos repasses estão em dia e há pouquíssimos atrasos.
O último pagamento aconteceu no dia 16 de julho, quando foram repassados R$ 274 mil aos serviços hospitalares de alta complexibilidade, R$ 247 mil de serviços ambulatoriais de nefrologia e outros R$ 470 mil em serviços ambulatoriais de alta complexibilidade. “Fram repassados, no ano de 2018, o montante de R$ 30.702.461,24. A secretaria informa que no final do ano passado e neste ano a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá recebeu de Emendas Parlamentares para custeio o montante de R$ 18.905.732,00 já repassados pela secretaria municipal”, diz trecho da nota.
Na versão oficial, o único recurso que ainda não foi repassado é relativo ao (IVQ) Índice de Valorização de Qualidade dos meses de abril e maio, no valor mensal de R$ 63 mil. Os de março foram pagos na quarta-feira (25) passada. “As demais solicitações do ano anterior como os leitos de retaguarda que não faz parte da contratualização que está vigente, estão em processo de auditoria do SUS que emitirá o parecer nos próximos dias. Sobre o Incentivo Municipal da Fonte 100 apenas o do mês de maio está em aberto”.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) respondeu com a seguinte nota:
NOTA – REPASSES PARA SERVIÇO DE LEITOS DE UTIs MAIO/2018
A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) informa que não há nenhuma dívida com o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. E que nesta semana estará efetuando o pagamento do custeio de leitos de UTIs referente ao mês de maio 2018, dentro do limite de prazo previsto em Portaria, cujos serviços foram prestados pelos Hospitais Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e Santa Casa de Rondonópolis, entre outros hospitais. Os valores que serão repassados aos municípios de Cuiabá e de Rondonópolispara quitar esses serviços com os Hospitais Filantrópicos: Santa Casa de Cuiabá e Santa Casa de Rondonópolis são os seguintes:
Hospital Santa Casa de Cuiabá = UTI mês de maio/2018 = R$ 439.295,04.
Hospital Santa Casa de Rondonópolis = UTI mês de maio/2018 = R$ 853.604,66.
Outras unidades hospitalares estarão recebendo nesta semana pela prestação de serviço de leito de UTI referente ao mês de maio/2018, cujo valor total é de R$ 7.055.839,76.
Esclarecemos que a SES/MT realiza o repasse dos recursos por meio do Fundo Estadual de Saúde para os respectivos Fundos Municipais de Saúde e não diretamente para os Hospitais contratualizados pelos municípios.
O repasse dos recursos às unidades hospitalares deve ser realizado pelos respectivos municípios.
Ascom SES/MT.