De janeiro a setembro deste ano 52 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) de Mato Grosso, nesse período, também foram registradas 248 tentativas de homicídio contra mulheres. Ainda no levantamento, 7.754 mulheres foram vítimas de lesão corporal e outras 15.777 foram ameaçadas.
Para as vítimas, a realidade que assusta e não parece ter solução, já que a estrutura de apoio a essas vítimas ainda tem falhas. Segundo o responsável pela Delegacia Especializada da Mulher em Várzea Grande, delegado Cláudio Santana, há um aumento de denúncias e não de casos.
“A mulher tem que denunciar e formalizar, para que isso não fique impune. E a cada dia a mulher está denunciando mais”, comentou Santana.
Nos últimos 11 anos com a Lei Maria da Penha houve um avanço no combate a violência doméstica, mas até hoje muitas mulheres não se sentem protegidas.
“Hoje os principais crimes que envolvem violência doméstica são ameaças, injúria e a lesão corporal. A lesão vem no topo, que é quando o companheiro agride, deixando algum hematoma ou marca corporal na vítima. Se for caso urgente, ela vai fazer o pedido de medidas protetivas”, explicou o delegado.
Em Mato Grosso são seis delegacias especializadas de defesa da mulher. Segundo a Polícia Civil todas têm equipes capacitadas para o pronto atendimento às vítimas.
Na delegacia da capital, por exemplo, onde foi registrado um aumento de 26% na violência doméstica, os casos são registrados principalmente aos finais de semana, mas a unidade funciona de segunda a sexta-feira em horário comercial.
A Polícia Civil informou que não há pessoal suficiente para atendimentos em período integral na delegacia da mulher, mas que tem uma equipe diariamente de sobreaviso. Os casos podem ser denunciados na Central de Flagrantes ou pelo número 190.