Apesar de serem a maioria da força de trabalho de Mato Grosso, mais de 55% dos pretos e pardos estão desempregados em Mato Grosso. Ao todo, o estado tem 160 mil pessoas sem emprego. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além do alto número de desempregados, a população que se autodeclara preta ou parda tem rendimento menor. No estado, segundo o IBGE, um preto ou pardo ganha 67% do salário de um branco. No Brasil, o número é ainda menor: os pretos e pardos recebem 55% do rendimento dos brancos.
Para a representante do IBGE em Mato Grosso, Millani Chaves, os números apontam a dificuldade de inserção no mercado de trabalho.
“Com esses números, fica claro que os pretos e pardos tem mais dificuldade em se inserir no mercado, ganham menos e trabalham mais em como ambulantes e outros serviços que os brancos”, afirmou
Os números, para os especialistas, apontam o preconceito intrínseco na sociedade.
“A falta de oportunidade engessa a população negra. Quando essa população chega no mercado de trabalho ela é barrada pelos esteriótipos e, mesmo que tenha a mesma qualificação que uma pessoa branca, perde a vaga”, afirmou o professor Sérgio Pereira dos Santos do Núcleo de Estudos de Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Já para a representante do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir-MT), Antonieta Luiza Costa, a pesquisa mostra a necessidade de implantação de políticas públicas.
“O caminho para a solução desse problema é a implantação de políticas públicas a ações afirmativas que alcancem essa população. Fazendo uma citação: tratar desigual como igual é criar desigualdade”, declarou.