Uma reportagem publicada na madrugada deste sábado (4) na Folha de São Paulo destaca uma lei, de iniciativa do governador do estado, Pedro Taques (PSDB), que foi aprovada há duas semanas e possibilita o desmatamento de uma área de 473,4 mil hectares de terras antes protegidas. As terras ficam nas cabeceiras do Rio Cuiabá, e eram protegidas desde 1999.
Segundo a reportagem, escrita pelo jornalista Rodrigo Vargas, a lei antiga proibia novas derrubadas na ‘Área de Preservação Ambiental (APA)’ nestas cabeceiras. A proposta do governador, agora aprovada, exclui a proibição do texto original. No entanto, a medida está suspensa pela justiça a pedido do Ministério Público Federal.
Nesta área de proteção, estão instalados 192 imóveis (parcial ou totalmente), de acordo com registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR). São proprietários de imóveis nestes locais, por exemplo, Wellington Formigoni e Otávio Palmeira dos Santos, que foram doadores da campanha de Taques em 2014. Além deles, o ex-governador e pré-candidato ao senado Jayme Campos (DEM), também possui uma propriedade nestas áreas. Ele foi aliado de Taques por muito tempo, mas, hoje, está na oposição da pré-campanha.
A reportagem traz, ainda, o ‘outro lado’ da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que afirma que a nova norma é legal, mas que só irá atendê-la após “diagnóstico completo e estudos técnicos sobre a região”.