Os pais do aluno dos bombeiros Rodrigo Claro, de 21 anos, que morreu após uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, devem ser ouvidos na Justiça. A audiência deve ser conduzida pelo juiz Murilo Moura Mesquita na 11ª Vara Criminal de Cuiabá. As oitivas estão marcadas para o dia 14 de setembro às 13h30 [horário de Mato Grosso].
Além de Jane Claro e Antônio Claro, devem ser ouvidas no mesmo dia as testemunhas de acusação.
Rodrigo morreu depois de passar mal durante um treinamento aquático dos bombeiros em novembro de 2016, atividade coordenada pela tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, que era a instrutora do curso.
O G1 não conseguiu contato com a defesa de Ledur.
Ela responde criminalmente pela morte do aluno e ficou monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. Em outubro do ano passado, conseguiu na justiça o direito de retirar o equipamento.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Ledur usou de meios abusivos de natureza física, como caldos e afogamentos, e de natureza mental mental ameaçando desligar o Rodrigo do curso.
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.
Nas mensagens enviadas por um aplicativo de telefone, Rodrigo alerta a mãe sobre o que poderia acontecer. “Se você não conseguir, passar mal, sei lá. Até eles te pegarem e verem que você não está de corpo mole”, diz a mensagem.
Horas depois, Rodrigo volta a falar com a mãe e mandou a última mensagem antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, diz trecho da mensagem.