A juíza Viviane Ramos de Faria, da 1ª Vara Criminal da Capital, aceitou nesta sexta-feira (17) denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva do médico Denis Furtado, o Dr. Bumbum, por homicídio qualificado. Na mesma decisão, a juíza revogou a prisão temporária de Maria de Fátima Furtado, a mãe do médico.
Dr. Bumbum é acusado de homicídio qualificado pela morte da bancária Lilian Calixto, que morreu no dia 15 de julho após fazer um procedimento estético com o médico. Ele e a mãe estavam presos desde o dia 19 de julho, depois de quatro dias foragidos.
A magistrada seguiu pedido do Ministério Público e determinou que Maria de Fátima, Renata Cirne, namorada de Denis, e a assistente Rosilene Pereira cumpram medidas cautelares em liberdade. Elas devem comparecer mensalmente à Justiça e não podem frequentar a cobertura onde foi realizada a operação de Lilian nem se ausentar do Rio de Janeiro.
O Ministério Público do Rio de Janeiro já tinha apresentado denúncia contra o Dr. Bumbum por homicídio doloso - com intenção de matar. A mãe também foi denunciada.
Na decisão desta sexta-feira, a magistrada destaca a gravidade do caso e que o réu, em sua conduta profissional, não aparenta ter atenção com a saúde de seus clientes. Ela afirmou que a prisão preventiva é necessária para evitar que outros crimes sejam cometidos e garantir a instrução criminal.
"Evidenciado está, portanto, a periculosidade do réu e a possibilidade de continuação da prática criminosa", avaliou Viviane.
O boletim médico do Hospital Barra D’Or, em que a bancária Lilian Calixto foi socorrida horas depois do procedimento estético, informou que ela chegou ao local com falta de ar, taquicardia e pele azulada.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) sobre a morte de Lilian é inconclusivo, e a causa da morte ainda é indeterminada. Os médicos-legistas pediram que sejam feitos exames complementares para que haja conclusão. Além disso, eles solicitaram que a polícia peça o prontuário médico do hospital para analisar todas as possibilidades.
Maria de Fátima teve o registro médico cassado em janeiro de 2015. Segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj), ela cometeu série de infrações, entre elas:
A mãe de Denis teria desrespeitado normas e resoluções do próprio conselho regional.
Além disso, o G1 teve acesso com exclusividade a documento que pedia o indiciamento de mãe e filho pela morte de um companheiro de Maria de Fátima, em 1997.