O policial militar Patrick Ramos Guaris, de 26 anos, suspeito de ter matado uma jovem de 19 anos e ferido o segurança de uma casa noturna, na madrugada deste sábado (18), foi encontrado morto em um sítio no interior de Guarapari, na Grande Vitória, na manhã deste domingo (19).
O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil e, segundo o delegado Josafá da Silva, a hipótese de homicídio foi descartada e principal suspeita é de que tenha ocorrido um suicídio.
O policial atirou na porta de uma boate da Serra após ter sido impedido de entrar, na madrugada deste sábado (18). O segurança levou quatro tiros e está hospitalizado. Já a jovem, identificada como Thalita do Carmo Pereira, foi atingida no rosto e morreu no local. Segundo a família, ela trabalhava como promotora de eventos.
Segundo o delegado Josafá da Silva, o soldado foi encontrado morto pelo próprio irmão, por volta das 7h deste domingo.
"O corpo foi encontrado com uma marca de tiro no ouvido, que saiu pelo outro lado. O irmão estava fazendo café quando ouviu o disparo e se deparou com a cena. O corpo foi levado para o DML, mas pelo que apuramos no local, com vizinhos, com o irmão e a dona do sítio, a hipótese de homicídio está descartada. Tudo indica suicídio", falou.
A dona do sítio era amiga do soldado Patrick Ramos Guaris e contou que sempre acolhe policiais militares com problemas psicológicos na propriedade.
"Ontem [sábado] ele só me ligou e avisou que estava indo pra lá, mas eu não fui. Ele sempre ia pra lá. Até então eu não sabia o que tinha acontecido na boate, mas quando eu soube, liguei pra ele e ele me confirmou. Ele só disse assim: 'aconteceu, é o fim, é o fim'. Hoje de manhã, fiquei sabendo do que aconteceu. Perdi um filho", lamentou a dona do sítio, Nair Mendonça.
Testemunhas contaram que o PM chegou ao local por volta de 1h. O gerente da casa disse que ele entrou armado e os seguranças sabiam disso.
Por volta das 4h, ele pagou a comanda e saiu. Depois, o policial quis voltar para a boate e foi impedido por um segurança.
As testemunhas contaram que ele foi até o carro e voltou com uma arma, atirando várias vezes. Os tiros feriram o segurança e mataram a jovem Thalita do Carmo Pereira, de 19 anos.
Neste sábado (18), a Corregedoria da Polícia Militar havia informado que abriria processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do soldado. Segundo o corregedor, coronel Alessandro Juffo, a conduta dele demonstrava que houve a intenção de matar.
Essa não é a primeira vez que o soldado se envolve em confusão. Em 2015, Patrick efetuou dois disparos dentro de uma casa noturna na Praia do Canto, em Vitória, e feriu seis pessoas.
Na ocasião, testemunhas disseram que ele tentou furar a fila de saída, discutiu com um cliente e atirou várias vezes.
Na época, Patrick pagou fiança de um salário mínimo e foi liberado. Segundo o corregedor da PM, ele também respondeu a um processo administrativo, foi condenado, ficou preso por 20 dias e voltou a atuar nas ruas.