Uma menina de 4 anos morreu na madrugada desta sexta-feira (4), em Cuiabá, ao aguardar a realização de um exame na Santa Casa de Misericórdia. Maria Clara dos Santos Silva de Almeida era paciente renal e, segundo a mãe, aguardava desde a quarta-feira (22) para fazer o exame. Segundo a direção da unidade, o médico que realizaria o procedimento estava em viagem.
De acordo com a mãe de Maria Clara, Franciane Santos, a filha estava em estado grave devido à nefropatia crônica.
A menina não tinha um dos rins e o outro não funcionava bem. Por isso, a paciente necessitava de hemodiálise.
Na quinta-feira (23), entretanto, ela teve uma insuficiência cardíaca e teve outras complicações sendo entubada numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Durante a madrugada, Maria Clara teve queda de saturação e uma parada cardiorrespiratória. Os profissionais fizeram 45 minutos de tentativa de reanimação, sem sucesso.
Para a mãe de Maria Clara, a morte da filha é revoltante.
“Eles estão acostumados a perder pacientes. Já eu, como mãe, não estou acostumada a perde filho”, declarou Franciane.
Ainda segundo a mãe, algumas pessoas se prontificaram a pagar o exame, mas a entrada de outro profissional na Santa Casa foi negada.
A direção da unidade alegou que o exame ao qual Maria Clara aguardava não era essencial para salvar a vida dela e negou a proposta de que outro profissional fizesse o exame.
O corpo de Maria Clara está sendo velado e deve ser sepultado ainda nesta sexta-feira.
Há quase um mês, funcionários de todas as áreas da Santa Casa estão em greve para cobrar o pagamento do salário em dia. O movimento grevista inclui os funcionários administrativos e os enfermeiros do hospital filantrópico.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde alegou que os pagamentos estão sendo feito na data prevista. O governo também informou que não tem dívidas com a Santa Casa.
Segundo o Sindicato dos Empregados dos Estabelecimentos de Serviço de Saúde, nos últimos meses os pagamentos estão sendo feitos com atraso.
No mês passado, de acordo com a categoria, os salários chegaram a ser parcelados.
Na greve, a escala de trabalho é reduzida ao mínimo previsto para garantir o funcionamento e o atendimento aos pacientes.