O juiz Murilo Moura Mesquita, de 11ª Vara Criminal de Cuiabá, que investiga crimes militares, determinou que o reinterrogatório do cabo da Polícia Militar Gerson Correa Júnior seja enviado ao Superior Tribunal Justiça (STJ). No despacho, o magistrado atende a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE) feito na segunda-feira (27), após o novo depoimento do réu.
Gerson chegou a ficar preso por 9 meses por suposta participação em um esquema de interceptação clandestina operado pela Polícia Militar. O esquema grampeou milhares de pessoas, entre elas jornalistas, políticos de oposição ao atual governo e autoridades.
Segundo o processso, o depoimento deve ser enviado em mídia digital e será dirigido ao ministro Mauro Campbell.
O réu foi ouvido no dia 27 de julho e, na ocasião, confessou participação no esquema.
Depois disso, entretanto, a defesa dele solicitou um novo interrogatório alegando que o cliente ficou fadigado com o longo tempo que passou em audiência e que alguns pontos ainda precisavam ser esclarecidos.
O reinterrogatório foi realizado na segunda-feira (27).
Durante a audiência, Gerson afirmou que o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, ofereceu dinheiro para isentar o governo e o próprio ex-secretário isentá-los do escândalo.
A defesa do advogado Paulo Taques nega as acusações e informa que se pronunciará nos autos.
Os telefones foram interceptados com autorização judicial. Os documentos pedindo à Justiça autorização para isso foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior, numa suposta investigação de crimes cometidos por PMs.
No entanto, foram juntados os telefones de quem não era suspeito de crime algum, numa manobra chamada "barriga de aluguel".
O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque. Em depoimento encaminhado à Procuradoria-Geral da República, oele afirmou que, naquele ano, ouviu o coronel Zaqueu Barbosa, comandante da PM à época, dizer que as interceptações telefônicas eram feitas por determinação de Pedro Taques (PSDB).
Zaque alega ainda que levou o assunto ao governador, que ficou constrangido, mas não fez nenhum comentário.