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Agências bancárias voltam a ser invadidas em MT

Este ano, mais de 100 ocorrências de tentativas de roubos e furtos a instituições financeiras foram registradas pela polícia

Data: Quinta-feira, 30/08/2018 13:45
Fonte: Circuito MT

onda de invasões, roubos e furtos a instituições financeiras voltou a ser preocupação em Mato Grosso. Nos últimos meses agências bancárias foram alvos de criminosos, e em algumas ações os ladrões não conseguiram êxito apenas devido à inexperiência deles em roubo a banco.

Este ano, mais de 100 ocorrências de furtos e roubos a bancos foram registradas e em 15 dessas ações os criminosos obtiveram êxito. Em um destes roubos criminosos utilizaram a modalidade “Novo Cangaço”, o que não acontecia no estado há mais de dois anos, quando as forças de segurança se empenharam em prender ladrões de bancos, principalmente os que praticavam este tipo de roubo no interior.

Quatorze ocorrências de tentativa de furto a caixas eletrônicos foram realizadas e, destas, em três os criminosos obtiveram êxito na ação e quatro roubos a caixas eletrônicos foram registrados este ano.

Um investigador da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) revelou que esse aumento as tentativas é em decorrência de muitos traficantes deixarem de exercer a função, mas continuarem obrigados a pagar mensalidades cobradas por parte de membros de facções criminosas.

“Os pertencentes às facções têm cobrado uma quantia dos traficantes para que continuem vendendo drogas em determinada área, mas, devido ao fato de alguns criminosos acharem inviável manter o ponto de venda de entorpecentes, têm se aventurado por outras áreas de atividade, como roubos e furtos a bancos, porém em 80% desses casos o prejuízo é somente na estrutura das instituições e o dinheiro não é levado devido à inexperiência desses criminosos”, revelou o policial que não quis se identificar.

Em outra situação, os próprios criminosos de facções preferem furto e roubo a bancos. De acordo com o delegado titular da GCCO, os bancos são os locais de preferência dos criminosos, pois as facções visam lucro e dinheiro rápido.

“A organização criminosa sempre explora o lucro, seja por meio de furto ou roubo a banco, tráfico de drogas, roubo de veículos, então não descartamos essa possibilidade”, respondeu Diogo quando questionado sobre o furto que aconteceu em uma agência bancária na região central no dia 1º de julho deste ano.

Em uma ação audaciosa de ladrões de banco, os criminosos chegaram a roubar armas de policiais civis que monitoravam uma agência bancária para que não fosse roubada. A ação aconteceu em Juruena (930 km de Cuiabá) no dia 28 de julho.

A polícia tem realizado algumas operações para tentar coibir ações criminosas contra as instituições bancárias, porém o número ainda continua alto, o que preocupa a população e principalmente moradores de regiões do interior que muitas vezes, nesses roubos, são utilizados como reféns para a fuga dos bandidos.

Invasão de três dias no cofre do Banco do Brasil

Um dos furtos que chamou a atenção foi o roubo na agência do Banco do Brasil localizada na Av. Getúlio Vargas em Cuiabá, no dia 1º de julho. Os criminosos supostamente passaram três dias dentro do banco e levaram uma grande quantidade de dinheiro.

De acordo com informações da PM, policiais do 1º Batalhão realizavam rondas pela referida avenida quando se depararam com um suspeito portando uma arma e, ao ser abordado, o homem se identificou como policial civil e que estava no local monitorando um indivíduo que estaria realizando furto ao Banco do Brasil naquele momento.

Os militares comunicaram o oficial de área que acionou equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) e demais viaturas além da Polícia Civil, que cercaram a região.

Os policiais entraram na agência e realizaram buscas, porém nenhum suspeito foi encontrado. No interior do banco, malotes de moedas foram encontrados além de duas serras utilizadas para cortar os cofres e caixas eletrônicos. O local ficou todo revirado pelos bandidos.

Em contato com o gerente do banco, este informou que nos dois cofres da tesouraria furtados havia uma quantia não estimada, que foi levada pelos criminosos.

Depois de 32 dias de investigações a Polícia Civil, com apoio da Polícia Federal, conseguiu prender quatro dos criminosos que praticaram o furto no banco. Na ocasião foram subtraídos do banco aproximadamente R$ 340 mil em espécie, mais uma quantia em moeda estrangeira ainda não contabilizada.

A delegada Juliana Chiquito Palhares, que passou a integrar a equipe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), informou que denúncias ajudaram na identificação dos cinco suspeitos, sendo que um deles é autor de dois furtos a bancos ocorridos neste ano, em uma mesma agência em Cuiabá, e outros três suspeitos também têm passagens por outros crimes.

Além das prisões, foram apreendidos valores em espécie, sendo 27 mil reais, 20.500 euros e 3 mil dólares. Também foram recolhidos quatro veículos, que teriam sido adquiridos com dinheiro subtraído do furto ao banco, sendo três motocicletas (duas XRE e uma BMW) e um automóvel.

Já na última quarta-feira, dia 22 de julho, 15 criminosos fortemente armados invadiram as agências dos bancos do Brasil e Bradesco no município de Denise (209 km de Cuiabá), explodiram caixas e levaram dinheiro do local. Na fuga, moradores foram feitos reféns e até o momento ninguém foi preso.

Os criminosos estavam armados com fuzis calibre 556, 765 e pistolas calibres 9 milímetros e 380. Além do armamento pesado, os ladrões ainda utilizavam rádios comunicadores para facilitar o roubo que eles praticaram.

Ambas as agências bancárias ficaram completamente destruídas e na fuga alguns moradores da região foram feitos reféns e liberados em seguida. A polícia recuperou três veículos usados pelos bandidos para fugirem de Denise.

Um carro foi localizado em uma estrada com destino ao Distrito de Fátima, e outros dois veículos na rodovia com destino a Barra do Bugres (150 km de Cuiabá). A Polícia Militar realiza uma força-tarefa na região para localizar os criminosos.

O combate ao Novo Cangaço em MT

Nessa modalidade de crime, bandidos motorizados e armados de fuzis e pistolas invadem cidades do interior e começam a realizar disparos de arma de fogo em volta das agências bancárias, enquanto isso, outra parte da quadrilha explode os bancos e leva dinheiro.

Na fuga, moradores geralmente são usados como reféns e liberados em seguida, enquanto o bando embarca em outros veículos que dão apoio à ação.

Três pessoas foram presas na operação Camaleão, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) na manhã do dia 4 de maio deste ano em combate ao retorno do Novo Cangaço em Mato Grosso.  A ação, com foco em criminosos que realizam arrombamentos para furtar agências bancárias, contou com apoio da Gerência de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Durante a operação foi recuperada uma pistola furtada de um policial militar que estava em posse do suspeito que foi um dos alvos com mandado de prisão expedido em seu desfavor por furto qualificado tentado.

Além do cumprimento da ordem judicial, ele foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. É dele o veículo VW Voyage utilizado pelos criminosos. O suspeito tem passagem policial anterior por homicídio qualificado em Várzea Grande. Outros dois criminosos foram presos durante a operação.

As investigações apontaram que um deles, apesar de se encontrar recluso em unidade prisional, é o líder e financiador da associação criminosa e emite ordem a seus comparsas para que promovam ataques a agências bancárias e estabelecimentos que possuam cofres com valores.

No dia 3 de agosto foi realizada a Operação Camaleão que tinha como objetivo prender os criminosos envolvidos no furto ao Banco do Brasil da Av. Getúlio Vargas. Apesar da prisão de quatro envolvidos na ação criminosa, a polícia continua as investigações a fim de localizar os demais envolvidos.

Eletricista suspeito de matar brasileira no Paraguai é ameaçado de morte na prisão

O eletricista paraguaio Cristopher Andrés Romero Irala, 27, que foi preso na madrugada de quarta-feira (22) em Concepción (PAR), sob a acusação de ser o principal suspeito de matar a estudante brasileira Erika de Lima Corte, 29, com 19 facadas em uma residência no bairro Bernardino Caballero, em Pedro Juan Caballero, foi transferido de presídio neste final de semana a pedido da família e da defesa, que alegaram que Cristopher estava sendo ameaçado de morte na cadeia.

Segundo informações, a defesa entrou com o pedido de transferência temendo pela vida do cliente que estaria em risco. A justiça paraguaia acatou o pedido e transferiu Cristopher para uma unidade prisional em Concepción, onde ficará detido até o final das investigações.

Quando foi preso na casa de seu irmão em Concepción, Cristopher negou o homicídio contra Érika, porém não souber explicar para a polícia por que fugiu de Pedro Juan Caballero, e também não quis se pronunciar sobre as provas encontradas pela polícia.

Os policiais apreenderam no imóvel de Cristopher três bermudas com jeans pré-lavados e um par de tênis. As roupas estão em análise para determinar se estão relacionadas ao crime da brasileira.

O Ministério Público Paraguaio já entrou com acusação de homicídio doloso contra Cristopher. Imagens de segurança de uma sorveteria mostram os últimos passos do eletricista antes de cometer o homicídio contra Erika. No vídeo ele está usando a mesma roupa que a polícia encontrou em sua residência e também o mesmo boné com que foi preso.

Morte de estudante

Erika foi encontrada morta por uma amiga na madrugada de segunda-feira (20), em uma residência no bairro Bernardino Caballero. No local os policiais encontraram a estudante sem a parte de cima das vestes e com calça e apresentando diversas perfurações de objeto perfurocortante.

A equipe de médicos legistas foi ao local e constatou que a jovem sofreu cortes profundos no pescoço e peito e outras perfurações espalhadas pelo corpo.

A perícia constatou que Erika entrou em luta corporal com o assassino e que o mesmo seria do sexo masculino.