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Jovem que atirou em haitianos após obrigá-los a pagarem cerveja em Cuiabá é condenado a 4 anos de prisão

Alison Rosa de Moura Silva, de 22 anos, deve cumprir a sentença em regime semiaberto. Segundo o processo, o crime foi pautado claramente por discriminação aos haitianos.

Data: Quinta-feira, 23/11/2017 17:00
Fonte: G1 MT

O promotor de vendas Alison Rosa de Moura Silva, de 22 anos, foi condenado a quatro anos de prisão por atirar em haitianos depois de obrigá-los a paragem cerveja para ele em Cuiabá. O crime ocorreu em março de 2016, no Bairro Jardim Eldorado, na capital. Foram vítimas dos disparos: Wilex Emile, Annous Saint-Fleu, Hermogene Dieuper e Chelot Petit-homme.

A sentença da juíza Mônica Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal, foi publicada na quarta-feira (22) depois que o acusado foi a júri popular.

No júri, o Conselho de Sentença entendeu que o crime foi cometido por motivo torpe. De acordo com o processo, Alison foi até o bar – de propriedade de um dos haitianos, e exigiu que lhe pagassem uma cerveja e foi atendido.

No entanto, ele voltou ao local e ordenou que as vítimas fornecessem outra garrafa de bebida, o que lhe foi negado. Alison passou a discutir com o haitiano, chegando a dizer “tá me tirando na minha terra, haitiano filho da p*, vai tomar no c*”.

Poucos minutos depois, ele retornou ao bar e afirmou que mataria todos os haitianos presentes no local. Depois de efetuar os disparos, Alison fugiu.

Após ser preso, Alison confessou o crime, mas negou que tinha intenção de matar as vítimas. Ele alegou que a ideia era "dar um susto" em uma das vítimas. O crime teria sido pautado claramente por discriminação aos haitianos, sendo praticado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.

"As circunstâncias do crime são desfavoráveis. O réu efetuou diversos disparos de arma de fogo no interior de um bar, local onde se encontravam dezenas de haitianos e brasileiros, colocando em potencial risco a vida de um número indefinido de pessoas", diz trecho da sentença.

Ao todo, o réu deve cumprir quatro anos de prisão em regime inicialmente semiaberto. O acusado ainda pode recorrer da decisão.