Mãe das siamesas nascidas em Goiânia, a consultora de beleza Viviane Menezes dos Santos, de 30 anos, pegou uma das filhas pela primeira vez no colo desde a cirurgia de separação. Segundo os médicos, ela se emocionou ao ter Catarina em seus braços. Ainda não há previsão, porém, de quando ela poderá fazer a mesma coisa com a outra bebê, Débora. As duas irmãs seguem internadas.
O registro foi feito na terça-feira (4), enquanto Viviane visitava as filhas. Os médicos avaliam que esse contato é muito importante para a recuperação das crianças, que se sente "confortável", do ponto de vista psicológico, em ter a mãe por perto.
As duas irmãs estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Materno Infantil (HMI). Segundo boletim divulgado na manhã desta quarta-feira (5), ambas têm quadro grave, e se alimentam via sonda. Catarina respira com auxílio de oxigênio inalatório, e Débora, com ajuda de aparelhos.
Débora nasceu com um problema cardíaco grave e precisa fazer uma cirurgia de urgência. No entanto, ainda não há previsão para realização do procedimento. O corpo clínico avalia que o quadro dela ainda precisa ser estabilizado para poder ser operada.
As gêmeas nasceram no dia 22 de agosto unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando o fígado. Devido ao problema cardíaco, a separação teve que ser realizada de forma emergencial no dia seguinte. A mãe recebeu alta e passa bem.
Viviane, que mora em Salvador (BA), chegou a Goiânia um dia antes do parto. Em entrevista ao G1, ela disse que chegou ter as vidas das crianças desenganadas pelos médicos, mas que agora está confiante e não vê a hora de voltar para casa com as duas no colo.
"Estou confiante. Acho que, como mãe, meu papel e acreditar. Acreditei lá atrás quando não tinha perspectiva alguma, não vai ser agora que vou deixar de confiar. São minhas filhas e faço o que for preciso. Vou até o fim do mundo por causa delas", afirma.
Ela afirmou também que nunca tinha ouvido falar sobre siameses. Assim que soube da gestação, o cunhado dela começou a pesquisar sobre o assunto e repassava algumas informações. Ela própria resolveu não procurar muito para não ficar para baixo.
"Nunca tive a visão geral sobre o assunto. Imagina a minha situação: com uma gestação de alto risco, com as perspectivas diminuindo e vou para a internet para saber coisas ruins? Preferi não mexer. Estava precisando de notícias positivas", lembra.