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Após 15 anos, mulher faz exames de DNA e descobre que filho foi trocado na maternidade

Após 15 anos, mulher faz exames de DNA e descobre que filho foi trocado na maternidade

Data: Segunda-feira, 17/09/2018 09:48
Fonte: Da Redação

A pedido do filho, na época com 15 anos, Gislene Diogo, de 38 anos, moradora de Rondonópolis (214 Km de Cuiabá), fez um exame de DNA e descobriu que não era a mãe biológica de Wandré Pohl, hoje, com 23 anos. Desde então a família busca por crianças nascidas no mesmo hospital naquele dia.

Gislene Diogo da Silva fez um post no Facebook pedindo ajuda para encontrar seu filho biológico. Após um  exame de DNA feito há oito anos, a pedido do próprio filho Wandré Pohl Moreira de Castilho, na época com 15 anos, ela procura o filho biológico, que nasceu no mesmo dia e não tem nenhuma pista da localização dele. Gislene entrou com uma ação contra o hospital, a Polícia Cívil investiga o caso.

As suspeitas começaram quando Wandré ainda era criança, as características físicas eram totalmente diferentes dos pais e dos irmãos, gerando desconfiança de que ele não seria filho do mesmo pai. Aos 15 anos, Wandré pediu para a mãe fazer o exame para provar aos irmãos que eles estavam errados. “Ele chegou da escola e perguntou quanto custava para fazer um exame de DNA. Ele dizia que queria mostrar para os irmãos que era realmente filho do pai dele”, recordou a mãe.
 
Gislene teve um rápido relacionamento com o advogado Sival Pohl Moreira e mesmo não havendo dúvidas quanto a paternidade do filho, ela decidiu fazer o exame. No entanto, o resultado foi ao contrario do esperado, Wandré não era filho de Sival nem de Gislene. “Eu fiquei em prantos. Na hora passou muita coisa na minha cabeça, pensava que a criança precisava de mim. Na época, não quis expor, mas hoje fiz a postagem para tentar uma solução”, afirmou.
 
A família fez dois testes de DNA para ter certeza do que estavam para enfrentar e a oito anos vive uma busca incessante para tentar descobrir quem são os verdadeiros pais do jovem e quem é o filho ou filha de Gislene. Desde 2010 ela busca mães que tiveram bebê no mesmo hospital naquela data para verificar quem possa estar com o filho dela.
 
A suspeita da auxiliar administrativo Gislene, é de que o bebê tenha sido trocado na maternidade da Santa Casa de Misericórdia do município, em fevereiro de 1995. O hospital alega que tem tomado todas as medidas para colaborar com as investigações sobre o caso.

Na postagem que fez no Facebook, Gislene explica que deu à luz um menino no dia 13 de fevereiro de 1995 na Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. Era segunda-feira e o parto normal tinha sido feito às 19h50 daquele dia. A suposta troca começou a ser alvo de duas investigações: uma na Polícia Civil de Mato Grosso e outra em um processo judicial, acompanhado pelo Ministério Público Estadual (MPE).
 
Em nota, a Polícia Civil de Mato Grosso informou que o inquérito em que se apura a suposta troca de bebês foi aberto em 2012 pelo delegado João Paulo Andrade Farias, após solicitação de Wandré. A pedido do delegado, o hospital forneceu uma cópia da lista de crianças que nasceram na unidade em fevereiro de 1995. Foram feitos exames de DNA e todos deram negativos.
 
O período de pesquisa então foi ampliado depois que a polícia soube que as pacientes ficavam três dias internadas no hospital após o parto. Passaram a ser identificadas outras pessoas, nascidas nos dias 12 e 14 de fevereiro daquele ano. Essas pessoas ainda devem ser submetidas a exames com as respectivas genitoras.
 
A Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis emitiu uma nota alegando que, logo após o parto, os bebês recebem uma pulseira de identificação, que somente é retirada na saída da maternidade após a alta médica. Afirmou ainda que não se pode descartar a hipótese de a criança ter sido trocada após a saída da maternidade, pois a criança nasceu no dia 13 de fevereiro de 1995 e teve o registro de nascimento feito em 12 de agosto de 1996.