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Mãe que matou filho em apartamento em Maceió não falava de problemas com a família, diz irmã

Jandira da Silva está presa na Central de Flagrantes, no Farol. Ela aguarda ser transferida para manicômio judiciário.

Data: Terça-feira, 25/09/2018 09:16
Fonte: G1 MT

A família da mãe que matou o filho em um apartamento no Jardim Petrópolis III, disse que ela recusou tratamento psicológico oferecido pelos familiares. Na última quinta-feira, Jandira da Silva, 46, foi encontrada desmaiada no mesmo apartamento em que o corpo do filho de seis anos, Luiz Gustavo Silva Cavalcanti Vilar, foi encontrado em cima da cama.

Ao G1, a irmã de Jandira, Jovinete da Silva, disse que a irmã era viúva há quatro anos e que negava estar doente. Nas últimas ligações para a família, ela deu respostas vagas e disse que estava tudo bem com ela e com o filho.

"A gente até sugeriu pra ela fazer um tratamento, mas ela disse que não tava doente, não. Aí a gente deixou porque ela ficou meio agitada. A gente não tava sabendo, porque ela não declarava pra gente o que ela tava sentindo", disse Jovinete.

Jandira ligou na segunda e terça-feira da semana passada para falar com a família.

"Na segunda ela ligou aqui pra casa de manhã. O meu pai quem atendeu, que eu tava com a minha mãe no médico. Ela perguntou como é que a mãe tava. Aí disse depois eu ligo. Aí ligou na terça, falou com a minhã mãe e disse mãe eu vou desligar, porque tem gente batendo na porta. Aí ela não ligou, só ligou a noite", contou a irmã de Jandira.

A irmã de Jandira disse ainda que a família estranhou ela não ter ido para casa dos pais no domingo.

"Aí na terça quem atendeu fui eu. Perguntou como a minha mãe estava. Eu disse tá bem. E eu perguntei como tava o Gustavo, se tava tudo bem lá e perguntei Jandira porque tu não vinhesse domingo. Ela disse, porque eu tava com cólica. Quando a pessoa tá com cólica fica meio enjoada, né? Aí eu perguntei ta tudo bem aí com vocês. Agora ela não respondeu assim, não deu muita atenção, né. Achei estranho, mas ela conversava com a gente, mas a gente percebia que não tinha a ver com ela", complementou Jovinete.

Jandira da Silva foi casada com o coronel da reserva da Polícia Militar, Eraldo Cavalcante Vilar. Ele morreu em 2014 por causa de infecção generalizada, que começou com um problema na vesícula.

O relacionamento durou quatro anos e a criança que nasceu em 6 de agosto de 2012 ia fazer fazer dois anos quando o pai morreu. Jandira da Silva e o marido moravam na Serraria com o filho deles, Luiz Gustavo, e com um filho do PM.

Depois que o policial faleceu, Jandira se mudou da casa em que moravam e depois se mudou novamente, dessa vez para o apartamento onde a criança foi encontrada morta.

A irmã de Jandira disse que o PM tinha três filhos além do menino Luiz Gustavo, e que eles duvidaram da paternidade da criança por causa da idade do pai.

“Ela tinha uma pensão e a família dele estava atrás, mas já era tudo adulto e não tinha direito. Eles não acreditavam que o pai tinha condições de ter um filho por conta da idade e pediram o DNA, mas ficou provado que ele era o pai. Ela conseguiu tudo judicialmente”, disse Jovineide.

A irmã de Jandira disse que ela não demonstrava sinais de depressão e não falava para a família que estava precisando de ajuda.

“Ela sempre foi dedicada. Cuidava bem dele [Luiz Gustavo], ia almoçar fora, ia ao shopping. Ela não falava nada para a família, mas acho que teve uma pressão na cabeça dela”, contou Jovineide.

No dia em que foi encontrada desmaiada dentro do apartamento, Jandira chegou a ser socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e, depois de receber alta, foi levada para depor na Delegacia de Homicídios. Segundo o delegado Rodrigo Sarmento, ela confessou que abriu o registro do gás de cozinha e colocou o celular para carregar ao lado para que explodisse.

Ela passou por uma audiência de custódia no Fórum da Capital na sexta (21), onde foi determinado que Jandira fosse encaminhada ao manicômio judiciário, mas ela ainda está presa na Central de Flagrantes I, no Farol.

O advogado de Jandira, João Carlos Uchoa, disse que a previsão é que a cliente seja transferida para o manicômio nesta terça-feira. E contou que ela não está recebendo assistência médica na central.

“Ela não foi ainda porque teria que ter um ofício de autorização do Juiz de custódia ao Juiz de execução. Ela não está recebendo assistência médica e isso já foi informado ao Juiz Dr. Silas, da 9ª Vara da capital, que já fez o ofício e, provavelmente, amanhã pela manhã, ela será encaminhada ao manicômio”, disse Uchoa.

O corpo da criança continua no Instituto de Medicina Legal (IML) aguardando liberação.