22h30 - O apresentador do Programa VIP, Eduardo Carvalho, explicou à reportagem que ele não foi preso durante a votação deste domingo (07): "Fui a ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) fazer uma denúncia, já que não consegui finalizar a minha votação".
Na denúncia, o apresentador relata que foi votar em sua sessão, no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e fez os votos normalmente, "com excessão para o cargo de presidente". No documento, ele conta que quando digitou o número, apareceu a foto do candidato e, logo depois, a mensagem "fim", sem que ele tivesse apertado o botão confirma.
"Pedi ao presidente da mesa que registrasse em ata, o que me foi negado. Insisti no pedido e fui ameaçado de ser preso", diz outro trecho do documento. "Refuto veementemente as declarações do TRE e repito em qualquer juízo q tive meu direito de cidadão cerceado pois meu voto para presidente não foi computado, caracterizando assim uma fraude eleitoral e nenhuma providência foi tomada pelo juiz no momento da denúncia na hora do voto", disse ao Olhar Direto.
Por fim, ainda relata que isto aconteceu com várias outras pessoas.
15h30 - A Polícia Militar conduziu o apresentador do Programa VIP, Eduardo Carvalho, e o sócio dele Flávio Jamal. Os dois e mais uma mulher são acusados de causar tumulto no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá. As duas pessoas reclamavam de problemas na urna durante a votação, principalmente na hora de escolher o candidato à presidência.
A reportagem do Olhar Direto flagrou o momento em que os eleitores eram conduzidos: “Estou sendo presa porque estou reclamando de um problema que está acontecendo na urna eletrônica. Quando eu fui votar para presidente [escolheu Jair Bolsonaro como candidato] não aparecia a opção confirmar, já ia direto para a gravação”, esbravejou a mulher conduzida, que não se identificou.
O juiz eleitoral ordenou que os policiais a encaminhassem, junto com outro homem para a delegacia. Um dos PMs informou à reportagem que eles estavam sendo levados por conta do tumulto que estavam causando no local onde estavam as filas.
"Estou em Cuiabá. Quando fui votar para presidente, não aparece a tecla confirma e finaliza o voto. O coordenador está me dizendo que é assim mesmo. Não confirmei, finalizou direto. Está registrado aqui. Vou mandar para a Polícia Federal, Tribunal Regional Eleitoral (TRE), seja quem for. Esta urna não sai daqui, não vou deixar", disse Eduardo Carvalho, apresentador do Programa VIP e um dos teria sido conduzido pela PM em vídeo gravado ainda na sessão eleitoral.
A reclamação de problemas na urna foi grande dos eleitores, principalmente no horário do almoço. A reportagem flagrou muitos deles reclamando que não conseguiram votar em um candidato ao Senado ou que a tecla confirma não aparecia após escolher o postulante à presidência da República.
Uma eleitora ouvida pelo Olhar Direto, que vota no CMEI do Jardim Imperial, afirmou que houve erros da urna eletrônica de sua sessão eleitoral. De acordo com seu relato, ela conseguiu votar para deputado estadual, federal, governador e os dois senadores, mas assim que digitou o número do candidato à presidente, a urna indicou voto nulo. A mulher tentou repetir o processo, e antes de apertar na tecla “confirma”, seu voto foi registrado como nulo. Nas redes sociais, outros eleitores alegam fraude
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) emitiu uma nota classificando como boato esta situação com as urnas (veja no fim da matéria).
Eleitores que tentavam justificar o voto também reclamaram bastante da desinformação no local de votação. Muitos acabaram desistindo, inclusive por falta de papel para preencher.Outro fator que gerou reclamação dos eleitores no IFMT foi o fato de que apenas uma parte do colégio estava aberto para as eleições deste ano. Em algumas salas, funcionavam quatro sessões juntos, como foi o caso da 158, 159, 160 e 161. Isso causou filas imensas e uma demora que chegou a beirar duas horas, suportando um forte calor.
Leia a íntegra da nota:
O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso esclarece que é falsa a mensagem que circula na internet, de que os votos a determinado candidato a presidente não estão sendo processados. Vários fatores podem levar a essa falsa conclusão.
Um deles é a ânsia do eleitor em votar primeiro para presidente. Ocorre que a urna possui uma ordem de votação, que precisa ser respeitada. O eleitor deve votar primeiro para deputado federal, depois estadual, senador 1, senador 2, governador e, por fim, presidente da república.
Se o eleitor apertar os dois dígitos do candidato a presidente da República em primeiro lugar, e se nesse estado aquela legenda não lançou candidatos a deputado federal, aparecerá a expressão “voto nulo”. Daí o fato de o eleitor pensar que a urna eletrônica anulará seu voto para presidente. Contudo, nos estados onde aquele partido lançou candidatos a deputado federal, ainda assim não aparecerá a foto do candidato a presidente, porque em verdade o eleitor estará votando na legenda para os candidatos de deputado federal daquela agremiação partidária.
Além disso, é necessário esclarecer que, para senador, é necessário votar em dois candidatos diferentes, já que são duas vagas. Se o eleitor tentar votar no mesmo candidato duas vezes, o segundo voto será anulado.
O TRE de Mato Grosso esclarece ainda que são falsos os vídeos que circulam na internet, no qual uma urna supostamente completa, por sua conta, o voto para presidente. Trata-se de falsificação grosseira. Esses vídeos sequer mostram o teclado da urna.