A médica Letícia Bortolini, indiciada por atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Maia, de 48 anos, em abril deste ano em Cuiabá, compartilhou um vídeo em uma rede social dizendo que sofre com o trauma que sofreu. No mês passado o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) acatou a denúncia do Ministério Público contra a médica, que agora responde pelos crimes de homicídio doloso, omissão de socorro, por se afastar do local e por conduzir embriagada.
A médica falou sobre o que tem passado no stories do perfil da clínica onde trabalha, no Instagram. Bortolini fala que tem sofrido com queda de cabelo. Ela falou que após o parto de seu filho a situação havia melhorado, mas piorou neste ano. Bortolini afirma que é reflexo do trauma que sofreu.
“Não tem como não dar um reflexo no organismo da gente um trauma tão grande quanto o que eu sofri, as pessoas pensam que a gente não sofre só porque a gente continua trabalhando, mas o sofrimento é enorme, a dor é diária”.
No dia 14 de abril deste ano o verdureiro Francisco Lucio Maia morreu após ser atropelado por Letícia, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. A médica estava em um Jeep Compass, com o marido, e ambos fugiram sem prestar socorro à vítima. Na mesma noite, ela acabou sendo presa e encaminhada ao Cisc Planalto.
Dois dias após a prisão o desembargador Orlando Perri concedeu habeas corpus à médica, alegar que a médica precisaria ficar em casa para cuidar dos filhos e sustentou que não há histórico criminal ou indícios de que sua liberdade represente risco à ordem pública. Ela passou, então, a responder em liberdade.
A denúncia
Conforme a denúncia, no dia 14 de abril de 2018, por volta das 19h35, na avenida Miguel Sutil, em frente a agência do Banco Itaú do bairro Cidade Verde, a médica, “conduzindo veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool, em velocidade incompatível com o limite permitido para a via, assim como assumindo o risco de produzir o resultado, matou a vítima Francisco Lucio Maia”.
Consta, ainda, que a denunciada, após a prática dos fatos, conduziu veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool. No mês passado o juiz Flávio Miráglia, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a denúncia do MP contra a médica.