Darla da Silva Ribeiro, de 20 anos, denunciou o Hospital Municipal de Tapurah, a 414 km de Cuiabá, por negligência médica, após a filha dela morrer no dia 24 de setembro. Segundo a mãe, antes de ter sido encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Sorriso, a 420 km da capital, onde faleceu, a recém-nascida foi consultada por três vezes em Tapurah, mas não teve diagnóstico.
Ainda segundo a mãe, a bebê, que nasceu no dia 12 de setembro, em Tapurah, teve febre desde o primeiro dia de vida. Avisada pela avó de que a criança não estava bem, uma enfermeira esteve no quarto e disse que a recém-nascida estava com febre porque estava com muita roupa.
Mãe e filha foram liberadas dois dias depois. Antes da alta, o bebê passou por um exame de raio-X no tórax, mas, segundo o médico, não foi diagnosticada nenhuma alteração.
Dez dias após o parto, a criança voltou a ter febre e passou a rejeitar o leite materno. Darla levou a filha o pronto atendimento do hospital. Ao chegar lá, foi constatado que a criança estava com febre de 38.9 graus.
“A médica disse que a febre não era algo bom. Passou remédio em gotas e pediu para esperar”, contou.
Como a febre cessou, mãe e filha foram liberadas. Em casa, o bebê voltou a ter febre e Darla a levou para a unidade de saúde novamente.
“Na segunda vez, a médica disse que poderia ser alguma infecção no umbigo, que eu não estava cuidando direito. Passou uma receita e mandou para casa”, relatou.
A mãe alega ainda que, em nenhuma das vezes em que a criança foi atendida, houve exames.
“Ela não escutou o coração, não escutou o pulmão, nada”, explicou.
Na madrugada, a mãe levou a criança ao hospital novamente, pela terceira vez.
“Ela disse que daria uma injeção. Aí, a enfermeira disse que poderia ser gases e deu um remédio para gases e fomos liberadas novamente”, disse.
Mãe diz que nos três primeiros atendimentos, nenhum exame foi feito — Foto: Arquivo pessoal
Como a criança não melhorou, a mãe a levou ao hospital pela quarta vez. Porém, outro médico estaria no plantão e atendeu a menina.
Ele percebeu que o estado da criança era grave e encaminhou para a UTI do Hospital Regional de Sorriso. A recém-nascida ficou internada por 24 horas e morreu.
De acordo com a direção do hospital, a morte foi ocasionada por choque séptico, infecção generalizada e pneumonia.
“Assim que a criança chegou, foi identificada a infecção e ela foi colocada na UTI neonatal e feita a introdução de antibiótico. Mas, mesmo com todos os procedimentos para o caso, ela morreu”, disse Luciele Benin, diretora do hospital.
A Secretara Municipal de Saúde de Tapurah informou que o caso está sendo apurado. O secretário Marco Antônio Felipe diz que existem duas possibilidades.
“Estamos levantando todo o prontuário dela, desde que ela chegou ao hospital pela primeira vez para identificar o que aconteceu”, afirmou Marco Antônio Felipe, secretário de Saúde.