Entre janeiro a setembro deste ano, 61 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) de Mato Grosso. Os casos são classificados como homicídios e não são tipificados como feminicídios.
O levantamento da Sesp diz que os dados são iguais ao do mesmo período de 2017, quando 61 mulheres também foram assassinadas.
Somente no mês de setembro, oito mulheres foram assassinadas. Na maioria dos casos, conforme divulgação das forças de segurança, os autores dos crimes são os próprios maridos, namorados ou ex-namorados.
Em setembro, alguns casos chocaram os moradores: Jakielly Pontes da Silva, de 25 anos, foi encontrada morta na BR-364, em Jaciara, a 142 km de Cuiabá, depois que saiu do trabalho.
A investigação apontou Tiago Floriano de Paula, de 30 anos, dono de um lava a jato na cidade e que teve um relacionamento com Jakielly, como o mandante do crime. Ele não queria reconhecer a paternidade do filho que teve com a vítima.
Segundo a Polícia Militar, Andressa da Silva Targa, de 21 anos, foi morta pelo marido dela, Josenildo Silva do Nascimento, de 27 anos.O suspeito fugiu após o crime e não foi encontrado. O crime ocorreu em Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá. A sogra da vítima explicou que o relacionamento deles não estava dando certo.
Também contou que naquele dia Andressa sairia de casa por causa do desentendimento no casamento. Uma bolsa com vários pertences foi deixada pronta na casa.
Em julho, 47 mulheres foram assassinadas. Em agosto, foram 53 mortas, conforme levantamento da Sesp.
O levantamento aponta que 14,8 mil mulheres foram vítimas de algum tipo de ameaça. Outras 7,3 mil sofreram algum tipo de agressão física. Ainda, 178 foram estupradas e outras 112 foram vítimas de tentativa de violência sexual.
Os casos de feminicídio em 2017 aumentaram 55,1% em Mato Grosso em comparação com os crimes registrados em 2016, segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança. Os números foram compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgados no mês de agosto.
Ao todo, o estado registrou 76 casos de feminicídio em 2017. No ano anterior, 49 crimes tipificados como feminicídio.
A secretaria disse que o governo avançou na implantação de redes de proteção em alguns municípios, com a integração entre órgãos de segurança, judiciário e de assistência psicossocial, e das patrulhas Maria da Penha em Rondonópolis, Barra do Garças e Sinop.
Em Cuiabá, a Polícia Militar lançou na última quinta-feira (11) o projeto da 'Patrulha Maria da Penha' em Cuiabá. O projeto vai contar com uma viatura caracterizada e com policiais que vão visitar regularmente mulheres que tiverem requerido medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (11.340/2006).
O primeiro bairro a ser atendido será o Dom Aquino, por concentrar o maior número de medidas protetivas requeridas. De acordo com levantamento da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá, até agosto de 2018 havia 22 medidas.