Delator de um suposto esquema de corrupção no governo de Mato Grosso, o empresário Alan Malouf, deve devolver R$ 5,5 milhões ao estado, como ficou acordado em delação à Procuradoria Geral da República (PGR), homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O montante corresponde a multas e indenização por danos morais, como ressarcimento ao erário pelos crimes praticados.
Para quitar a dívida, ele ofereceu à Justiça dois imóveis em Cuiabá, sendo um apartamento no Bairro Jardim Ubirajara e uma sala comercial no Bairro Jardim Cuiabá.
O restante da multa deve ser pago em 10 parcelas iguais no valor de R$ 212 mil. O pagamento começou em julho deste ano e deve seguir até dezembro de 2022.
Em depoimento à PGR, Alan denunciou suposto esquema de caixa 2 na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, entre outros crimes.
Segundo Malouf, ele e outros empresários doaram cerca de R$ 7 milhões à campanha de Pedro Taques, por meio de um acordo de que o dinheiro retornaria depois que Taques estivesse no comando do Poder Executivo.
Alan Malouf relatou que uma das formas de pagar o financiamento da campanha foi fraudar contratos para construção e reforma de escolas estaduais.
Autor da primeira ação de investigação do esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o Ministério Público Estadual (MPE) apontou que o grupo previa roubar do estado R$ 52 milhões, através do superfaturamento de obras.
Ainda segundo o MPE, a propina seria repartida entre servidores e empresários que articularam o esquema.
Nesta sexta-feira, o ministro do STF, Marco Aurélio de Melo, decretou o fim do sigilo na deleção de Alan Malouf.
O empresário chegou a ser preso em dezembro de 2016 e permaneceu 10 dias no Centro de Custódia de Cuiabá.