O empresário Antônio Pereira Rodrigues Neto, apontado como suspeito de mandar matar o prefeito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, Esvandir Antonio Mendes, 61 anos, é um dos alvos da Operação Carcará, realizada nesta quarta-feira (31) em Mato Grosso. Esvandir foi morto a tiros em dezembro de 2017.
Segundo a Polícia Federal, Antônio faz parte da organização criminosa, com sede em Mato Grosso e São Paulo, que trazia droga da Bolívia com alto teor de pureza. O entorpecente era carregado por meio de aeronaves, sendo depositado na cidade de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá.
De acordo com a Polícia Federal, Antônio, que já estava preso em uma unidade prisional em Mato Grosso, teve a prisão novamente decretada por tráfico de drogas. A investigação apontou que ele recebia a droga em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, e remetia a carga por caminhões para São Paulo.
Antônio é marido de Yana Fois Coelho Alvarenga, também presa por suposta participação no planejamento da morte do prefeito.
De acordo com a PF, os policiais cumprem 29 mandados de prisão e buscas e apreensões em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. As ordens foram expedidas pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso.
Segundo a PF, a organização criminosa, com sede em Mato Grosso e São Paulo, 'importava' droga da Bolívia com alto teor de pureza. O entorpecente era carregado por meio de aeronaves, sendo depositado na cidade de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá.
Do município, o material seguia para São Paulo em caminhões com fundos falsos, geralmente localizados nos tanques de combustíveis.
As investigações apontam que o grupo utilizava rastreadores via satélite para monitorar os caminhões carregados com drogas. A PF ainda apurou que um dos presos, que já estava preso por homicídio, possuía aeronave e carteira de piloto para voar.
Antônio, que atua no ramo de táxi-aéreo e de combustível e é apontado como o mandante do assassinato de Esvandir, e mais dois suspeitos do crime, foram presos quando estavam em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira, a 893 km e 780 km de Cuiabá, respectivamente.
Prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos — Foto: Arquivo Pessoal
No carro em que eles estavam no momento da prisão, a polícia encontrou R$ 60 mil, que seriam referentes ao pagamento pela execução de Esvandir. Ele foram indiciados pela Polícia Civil.
Três meses antes de ser assassinado, o ex-prefeito de Colniza procurou a Promotoria de Justiça de Colniza para declarar que estava sofrendo ameaças e que o presidente da Câmara Municipal, Rodolfo César Andrade Gonçalves, conhecido como sargento Rodolfo (PSDB), teria interesse em sua cassação.
Segundo o ex-prefeito, desde o seu afastamento, uma caminhonete da Câmara de Vereadores esta vista passando devagar pela frente da casa dele, como se quisesse ver a movimentação no local, assim como motocicletas passaram a rondar a residência durante a noite.
Esvandir disse ter sido alertado pelo amigo dele e ex-secretário de Planejamento do município, Ademir da Silva, de que o presidente da Câmara teria dito ao então prefeito interino, no dia 12 de setembro, que havia um jeito de tirá-lo da prefeitura, insinuando que usaria arma de fogo, se necessário. A declaração teria sido feita durante uma reunião da qual Ademir participava.