A produção de leite aumentou no período de chuva em Mato Grosso, mas fatores, como o aumento de insumos para recuperar as pastagens, a alimentação do rebanho e o preço do frete, têm causado impacto nas indústrias e propriedades.
Em uma fazenda que fica no município de Santo Afonso, a 266 km de Cuiabá, o produtor Sérgio Antônio Sanches Aranega explicou que, no período da seca, as vacas rendiam aproximadamente dois mil litros e, no período chuvoso, a produção deve atingir até três mil litros por dia.
A ração utilizada para complementar a dieta dos animais também foi reduzida, devido ao aumento das chuvas e melhora da pastagem.
“Agora o gado vai para o pasto e, como o mato está verde, não precisamos nos preocupar com selagem”, disse.
Produtores comemoram aumento no preço do leite — Foto: TVCA/ Reprodução
Sérgio contou que a área possui 70 hectares apenas de pastagem e que durante a chuvas ele realiza a correção do solo. Neste ano, ele teve que investir mais em adubação.
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), os principais adubos procurados pelos produtores em agosto estavam 23% mais caros, em relação ao mesmo período do ano passado.
“O preço do adubo subiu demais. Está mais caro que ano passado. Neste ano vou conseguir adubar apenas metade do pasto”, contou o produtor.
Mais de 120 vacas leiteiras e a ordenha é feita com máquinas motorizadas. Três refrigeradores são utilizados para armazenar o leite retirado das vacas e será vendido para uma empresa de laticínio na região. Atualmente, o produtor recebe R$ 1,20 pelo litro do leite, valor que é considerado baixo.
Em uma empresa que fica em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, recebe dez mil litros de leite por dia, e deve aumentar para 15 mil. No local, são feitos requeijão, muçarela e nata.
Mesmo com um aumento na produção de leite, outros fatores como o tabelamento do frete aumentaram os gastos em até 25% desde o começo do ano, segundo a empresária Aline Perini.
“Só de embalagens tivemos um reajuste de R$ 25%, e esse valor não foi repassado par o consumidor e nem pro produtor, então a indústria precisa absorver tudo isso”, contou.