Mergulhadores dinamarqueses que faziam varredura perto de Copenhague encontraram nesta quarta-feira (29) um braço que, segundo a polícia, seria da jornalista sueca Kim Wall, que morreu em agosto a bordo de um submarino.
O inventor dinamarquês Peter Madsen, que construiu o submarino, admitiu ter desmembrado o corpo de Wall a bordo da embarcação e jogado seus restos mortais no mar, mas negou tê-la matado, bem como acusações de agressão sexual - acusações sustentadas pela promotoria da Dinamarca.
O braço esquerdo de Wall já havia sido achado no último dia 21, na mesma área da baía de Koge, perto da capital do país. A polícia afirmou que, a exemplo do outro, o segundo braço encontrado também havia sido amarrado a pesos de metal para que não viesse à superfície.
“O braço não foi examinado ainda, mas foi encontrado na mesma área e afundado da mesma maneira”, disse a polícia.
Kim Wall era uma jornalista freelancer que trabalhava entre Nova York e a China. Ela embarcou em 10 de agosto no submarino Nautilus, ao lado do próprio inventor Peter Madsen, para fazer uma reportagem.
Seu namorado denunciou o desaparecimento em 11 de agosto. No mesmo dia, Madsen foi resgatado pelas autoridades dinamarquesas em Öresund, entre a costa da Dinamarca e da Suécia, antes do naufrágio do submarino.
A polícia acredita que o inventor provocou o naufrágio do Nautilus de modo deliberado. A embarcação foi erguida à superfície e examinada pela perícia.
Em um primeiro momento, Madsen afirmou que a jornalista havia desembarcado na ilha de Refshaleoen, em Copenhague, na noite de 10 de agosto.
Depois de ser detido, ele mudou sua versão e afirmou que Wall havia falecido em um "acidente" e que ele jogou o corpo no mar, na baía de Koge.
Segundo esta versão, ele subiu na ponte, segurando a porta da escotilha de acesso à torre em que Kim Wall estava de pé. Ao escorregar de repente, ele soltou a escotilha de 70 kg que caiu na cabeça da jovem.
De acordo com seu relato, o corpo do jornalista estava intacto quando o jogou no mar.
A acusação alega que Madsen matou Kim Wall para satisfazer uma fantasia sexual, depois desmembrou e mutilou seu corpo.
A necrópsia do torso não estabeleceu as causas da morte. Por outro lado, revelou mutilações múltiplas infligidas na genitália da vítima.
A jornalista colaborou com The Guardian e New York Times e era graduada pela Escola Superior de Jornalismo da Universidade de Columbia.
O Nautilus foi inaugurado em 2008. Com 18 metros de extensão, era naquele momento o maior submarino privado do mundo.