Um termo de compromisso foi assinado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e órgãos públicos de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, para a criação do projeto 'Luz- Cáceres protege as suas crianças e adolescentes', nessa terça-feira (6), para ajudar crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais.
A intenção é oferecer apoio e evitar traumas que causam mudanças comportamentais e refletem negativamente no futuro das vítimas. Para isso, serão oferecidos cursos de capacitação aos futuros integrantes do projeto. Aproximadamente 2.850 pessoas devem ser capacitadas.
A proposta é fomentar a atuação colaborativa de todos os integrantes da rede de proteção, criando uma rotina de atuação de cada parceiro, a fim de investigar e punir os casos de violência que surgirem, buscando, assim, prevenir novos crimes, ao mesmo tempo em que serão buscadas alternativas para minimização dos danos físicos, psicológicos e sociais sofridos pelas vítimas.
O projeto busca assegurar a priorização do atendimento de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, para garantir o acesso à justiça e evitar a revitimização, segundo o coordenador adjunto do projeto, Augusto Lopes Santos.
“O principal foco é para que as vítimas de abuso sexual não sejam revitimizadas. Elas serão acolhida e a investigação será técnica e de maneira direta”, disse.
O coordenador explicou que, como as vítimas têm que prestar vários depoimentos, os traumas ocasionados pelos abusos podem aumentar. A iniciativa já foi implantada em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá, e, após a padronização e capacitação da rede, o número de vítimas acolhidas aumentou.
“Esse projeto foi criado nessa cidade, e pelo sucesso que teve, nós decidimos fazer as adequações para implantar em Cáceres”, contou.
A psicóloga Raiane Marciano Moreno explicou que é fundamental a participação das escolas com assuntos relacionados a sexualidade e a violência, pois as crianças e adolescentes podem apresentar mudanças no comportamento devido aos abusos.
“É preciso compreender tais sintomas como uma irritabilidade, mudanças de comportamento em locais públicos. Geralmente a família cria um muro de silêncio, porque muitas vezes eles ocultam algo, porque a sexualidade ainda é um tabu”, afirmou.
Entre os parceiros do projeto estão a Prefeitura de Cáceres, por meio das secretarias Municipais de Saúde, Assistência Social e Educação, e o governo do estado, por meio das secretariais estaduais de Saúde (SES), Educação, Cultura e Esporte (Seduc) e Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Poder Judiciário, Politec, polícias Civil e Militar, Conselho Tutelar, Faculdade do Pantanal (FAPAN), Poder Judiciário, Hospital Regional, Hospital São Luiz, entre outros.