O piloto paranaense Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, foi transferido na noite dessa quinta-feira (8) para o Hospital 13 de Maio em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Maicon sobreviveu a uma queda de um avião agrícola no sábado (3) e foi resgatado na quarta-feira (7) em meio à selva em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá.
Antes, Maicon estava internado no Hospital Regional de Peixoto. Segundo a assessoria do Hospital 13 de Maio, o piloto foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar especificamente as queimaduras e o quadro de desidratação.
Apesar da queda da aeronave, o piloto não teve nenhuma fratura ou ferimento grave.
Um novo boletim médico deve ser divulgado nesta sexta-feira (9).
Ele se perdeu na mata após a queda de avião, se alimentou de bolachas e usou capacete como proteção. O avião teria tido uma pane seca e fez um pouso forçado na mata, ocorrendo um incêndio em seguida.
Maicon teve queimaduras de segundo grau – principalmente no rosto e nos braços, desidratação e infecções. O piloto já conseguiu voltar a se alimentar, de forma branda, e é tratado com antibiótico e anti-inflamatório.
Maicon estava sozinho e comandava um avião, modelo Neiva EMB-201, matrícula PT-GSH. Saiu de Porto Nacional, no Tocantins, para fazer um translado até Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, quando sofreu o acidente.
O avião caiu no sábado e, desde então, Maicon estava sendo procurado pela Polícia Militar e por amigos e familiares que foram para o local para ajudar nas buscas.
Os destroços do avião foram encontrados por trabalhadores de uma fazenda próxima ao local do acidente, no entanto, não havia sinal do piloto.
Maicon sairia de Porto Nacional em direção a Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, onde faria uma parada para abastecer.
De lá, seguiria para Matupá, a 696 km da capital, novamente para fazer um segundo abastecimento. A viagem terminaria em Alta Floresta.
O Corpo de Bombeiros suspeita que tenha havido uma pane seca, que fez com que o avião caísse. Após o acidente, Maicon conseguiu sair da cabine e usou o celular e o GPS para se localizar.
A investigação das razões que fizeram o avião cair, no entanto, está a cargo da Aeronáutica. Ainda não há informação a respeito. Quando a investigação for concluída, um relatório final é emitido.
A bússola indicava um caminho reto pela floresta. Ele tentou caminhar, mas era impossível seguir o trajeto em linha reta, conforme informou o Corpo de Bombeiros.
O piloto precisou andar em curvas para contornar árvores e cipós, momento esse em que acabou se perdendo na mata.
Depois de caminhar por muito tempo, o piloto parou nesse local e ficou bebendo água.
Durante os quatro dias ele bebeu água, mas estava muito debilitado pelas queimaduras, pelos arranhões causados por espinhos na mata e por machucados no pé de tanto caminhar.
Para proteger o rosto dos espinhos o piloto ficou com capacete de voo, isso dificultou que ele percebesse os fogos e ou os chamados que foram feitos pela equipe de busca.