Após dois procedimentos para remoção da pele queimada nas mãos, rosto e corpo, o piloto Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, que sobreviveu a uma queda de avião na região de Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, e foi resgatado quatro dias depois, apresenta quadro infeccioso.
Conforme boletim médico emitido pelo Hospital 13 de Maio, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, onde Maicon segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o piloto passou pelo primeiro procedimento, chamado de debridamento, que é a remoção de tecidos desvitalizados para preparar a ferida para a cobertura definitiva, no sábado (10). O segundo procedimento foi realizado no domingo (11).
Ainda de acordo com o hospital, o piloto paranaense apresenta politraumatismo e requer cuidados intensivos.
Avião agrícola caiu em área de mata em Peixoto de Azevedo — Foto: Polícia Militar de Mato Grosso/Divulgação
Maicon estava sozinho e comandava um avião, modelo Neiva EMB-201, matrícula PT-GSH. Saiu de Porto Nacional, no Tocantins, para fazer um translado até Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, quando sofreu o acidente.
Os destroços do avião foram encontrados por trabalhadores de uma fazenda próxima ao local do acidente, no entanto, não havia sinal do piloto.
Em um áudio enviado para a namorada, ao qual o G1 teve acesso, Maicon diz que sairia de Porto Nacional em direção a Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, onde faria uma parada para abastecer.
De lá, seguiria para Matupá, a 696 km da capital, novamente para fazer um segundo abastecimento. A viagem terminaria em Alta Floresta.
Piloto foi resgatado com vida, em meio à selva em Peixoto de Azevedo — Foto: Arquivo pessoal
O piloto foi encontrado próximo a um rio, bastante debilitado, e levado de ambulância para Peixoto de Azevedo. Ele teria andado 2 km do local da queda do acidente até onde foi localizado.
Segundo um fazendeiro que ajudou nas buscas, o piloto conseguiu chegar em uma região com água, mas não conseguiu ingerir o líquido por estar muito debilitado.
Um grupo de 15 voluntários, três bombeiros e oito policiais militares estavam na região e tentavam localizar o piloto. A área é de aproximadamente 6 mil hectares de mata fechada.
Maicon mora em Primeiro de Maio, cidade do Paraná, e trabalha com aviação agrícola.