Na tarde desta segunda-feira (12), a polícia prendeu Alex Saboia, suspeito de ter participado do homicídio da jovem Andrezza Castilho de Souza, de 23 anos. Ela desapareceu em novembro de 2017, depois de fazer uma visita a um companheiro, em um presídio do Amazonas. Alex é, agora, a principal peça do "quebra-cabeças" do caso.
Na manhã desta terça, durante a apresentação do suspeito, o secretário de Segurança Pública do Estado, Coronel Amadeu Soares disse que “a história é macabra”.
“Sabóia é só a ponta do novelo. A ponta de um emaranhado, de uma história macabra que aconteceu nas cercanias do regime semiaberto do sistema prisional”, disse Soares.
Ao ser questionado pelo termo “macabro”, o secretário justifica as circunstâncias do homicídio e o desenrolar do caso, que vai completar um ano sem respostas.
“As circunstâncias em que ela foi morta... Foi por um motivo muito torpe. Por isso que eu falei que é uma investigação macabra. Estamos elucidando o caso que era tratado como desaparecimento, mas na verdade trata-se de um homicídio”, comenta.
O caso estava sendo tratado como desaparecimento, uma vez que o corpo de Andrezza nunca foi encontrado. Após a prisão de Sabóia, passou a trabalhar-se com o termo homicídio. A polícia aguardar, agora, um laudo realizado pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica (Dptc) sobre vestígios de sangue encontrados tanto fora, quanto dentro da unidade prisional.
De acordo com o secretário, outras pessoas estão envolvidas no homicídio de Andreza e do detento Daniel Ferreira Chaves, que também foi morto sob as mesmas circunstâncias. Daniel era suspeito no caso do sumiço de Andrezza e foi esquartejado dentro do Compaj após o desaparecimento da mulher.
“Hoje é a apresentação de Alex. Mas apresentaremos também o restante dos envolvidos nessa ocorrência do desaparecimento da Andreza e de um outro detento que também foi morto nas mesmas circunstâncias”, completa.
Os autores envolvidos no homicídio de Andreza, segundo o secretário, possuem ligação com uma facção criminosa do estado.
“São muitas pessoas envolvidas. Muitos envolvidos. Trata-se de uma organização criminosa que está por trás desse desaparecimento, que a gente sabe que agora é homicídio”
O delegado Guilherme Torres, secretário-executivo da Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), disse que, por meio da prisão de Sabóia, será possível chegar até os demais suspeitos que possuem envolvimento no assassinato de Andreza.
“O Alex é a peça principal do quebra-cabeças que nós encontramos (…) A peça principal para nos dar uma linha de investigação era prisão dele. Tem muitas outras pessoas envolvidas”, afirma
Torres disse que o suspeito, ao ser preso, foi interrogado e, a partir das respostas de Sabóia, as investigações devem ter um desdobramento.
“É só inicio de um caso que vai se desdobrar em outras fases. Foram instaurados dois inquéritos policiais por homicídio e muitas surpresas virão no decorrer das duas semanas seguintes”, comenta.
Além disso, sobre a motivação do crime, o delegado disse que se trata de “uma informação que será mantida em sigilo para que não possa atrapalhar nas investigações”. E, não está descartada pela polícia, a possibilidade de participação do esposo da vítima na “trama criminosa”.
“Nenhuma linha de investigação está descartada”, disse.
Andressa desapareceu no dia 28 de novembro de 2017 após ter saído de casa para levar alimentos para o companheiro no Compaj. Conforme a polícia, no dia do sumiço, a jovem deixou o presídio e encontrou o ex-presidiário Daniel Ferreira Chaves. Após isso, Andressa não foi mais vista.
De acordo com informações da Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops), a família de Andressa Castilho de Souza relatou na especializada que a jovem teria saído por volta das 7h, da casa onde mora, no bairro Compensa, Zona Oeste.
Na ocasião, ela informou que iria visitar o companheiro dela no Complexo Penitenciário. O Governo informou ter registrado a entrada e saída da mulher da unidade prisional.