Dois anos após a morte do aluno dos bombeiros, Rodrigo Claro, de 21 anos, em Cuiabá, ainda não há conclusão do caso. Ninguém foi preso pela morte do jovem, que participava de uma aula prática, quando passou mal. A Justiça investiga se houve abusos por parte dos instrutores do curso de formação.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) a tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, que era a instrutora do curso, usou de meios abusivos de natureza física e de natureza mental.
O G1 não conseguiu contato com a defesa da tenente.
Rodrigo morreu depois de passar mal durante o treinamento aquático dos bombeiros no dia 16 de novembro de 2016, a atividade era coordenada por Ledur.
Ainda conforme a denúncia do MPE, Ledur utilizou meios impróprios durante o treinamento com o aluno como "caldos" e afogamentos. Além disso, ela teria ameaçado desligar Rodrigo do curso.
A tenente responde criminalmente pela morte do aluno e ficou monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. No entanto, em outubro do ano passado, conseguiu na justiça o direito de retirar o equipamento.
Até agora ninguém foi condenado ou preso pela morte de Rodrigo.
A mãe de Rodrigo, Jane Claro, diz que, nesses dois anos, além do sofrimento pela morte do filho, a família tem enfrentado uma luta para Justiça para punir os responsáveis pela morte do jovem.
"Não é fácil! São dois anos de um vazio imenso e de muita injustiça", lamentou.
Ela disse que ainda espera que o caso seja concluído e os envolvidos na morte de Rodrigo sejam responsabilizadoss.
"É uma longa caminha, mas meu marido e eu não vamos desistir", afirmou.
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.
Antes do treinamento, o jovem conversou com a mãe dele por um aplicativo de conversas e disse que estava com medo do que poderia acontecer.
“Ten. tá pegando no meu pé. E hoje ela vai ta lá. Por isso fico com medo”, diz trecho da conversa.
Horas depois, Rodrigo voltou a falar com a mãe e mandou a última mensagem antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, diz mensagem.