O gari que teve perna amputada Darliney Silva Madaleno, de 41 anos, está internado no Hospital São Benedito, em Cuiabá, com problemas na bacia e passa por análise médica para saber se precisará ser submetido a uma nova cirurgia. Segundo o cunhado, Rosalino Rodrigues de Souza, a procuradora aposentada, Luiza Siqueira de Farias, de 68 anos, não procurou a família para oferecer nenhum tipo de ajuda nem para saber o estado de saúde do trabalhador.
Darliney trabalhava na empresa que presta serviço a Prefeitura de Cuiabá, quando foi ‘prensado’ por um Jeep Renegade, de cor preta, conduzido pela procurada que estava alcoolizada, na Avenida Getúlio Vargas, região central da Capital. Luiza Siqueira foi submetida ao teste do bafômetro, que constatou o índice de 0,66 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões.
Rosalino é casado com a irmã de “Ney”, como é chamado pelos familiares e amigos mais próximos. Os três moram juntos, em uma residência localizada no bairro Renascer.
O gari, que tem um filho, está precisando de doação de sangue de qualquer tipo. O cunhado informou ao Olhar Direto que quem tiver interesse em doar pode ir até o Pronto Socorro de Cuiabá (PSM), que as bolsas são enviadas ao Hospital São Benedito.
Rosalino trabalha como motorista na mesma empresa que o cunhado. De acordo com ele, depois do acidente, a procurada aposentada não procurou a família para oferecer nenhum tipo de ajuda. No entanto, ele ponderou que recebeu todo apoio da Prefeitura de Cuiabá, do secretário de Serviços Urbanos de Cuiabá, José Roberto Stopa e da empresa Locar, que ambos trabalham.
Com investigação aberta na Polícia Civil, Rosalino também afirmou que a vítima ainda não foi procurada pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), para ser ouvido.
O caso
Uma mulher identificada como Luiza Siqueira de Farias, de 68 anos, atropelou um funcionário da empresa que presta serviços de coleta de lixo para a Prefeitura de Cuiabá, na madrugada de terça-feira (20), na Avenida Getúlio Vargas. A vítima, Darliney Silva Madaleno, trabalhava no momento em que foi esmagado entre o veículo da mulher, um Jeep Renegade, e o caminhão da coleta. De acordo com informações da Polícia Civil, Luiza dirigia com uma taxa de 0,66 mg de álcool por litro de ar expelido, ou seja, duas vezes a mais do que o permitido pela lei. A vítima terá de amputar uma das pernas.
O magistrado Jeverson Luiz Quinteiro concedeu liberdade provisória à procuradora ao arbitrar a fiança de oito salários mínimos (R$ 7,6 mil). A audiência de custódia foi realizada no inicio da noite de terça-feira (20), no Fórum de Cuiabá. A procuradora aposentada assinou termo de compromisso e está proibida de dirigir. Ela teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida.
A defesa da aposentada afirmou que ela não estava embriagada no momento do fato: “estado de síncope”. Em nota - assinada pelos advogados Valber Melo, Filipe Maia Broeto e Milton José - a defesa explica que “as imagens veiculadas por alguns sítios virtuais não retratam ou comprovam qualquer quadro de embriaguez, senão um estado de choque decorrente da forte colisão, a qual acabou por gerar, conforme laudo médico, um ‘estado de sincope’”.