Há mais de 24 horas sem-terra trancam a MT-170, entre as cidades de Campo Novo do Parecis e Brasnorte, no Noroeste do Estado, a 397 km e 580 km de Cuiabá, respectivamente.

A interdição foi feita na madruada do dia 30 por volta das 3 horas e até a manhã desta sexta-feira (10), o congestionamento já era de cerca de 300 caminhões.

O protesto é para denunciar a situação de 135 famílias de lavradores, acampadas há mais de três anos, à beira da estrada, passando uma série de dificuldades, inclusive alimentar. Tanto é que a reivindicação dos manifestantes é, além do assentamento destas famílias, que reivindicam reforma agrária, 111 cestas básicas, em caráter emergencial.

Há a intenção dos sem-terra de pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que ainda não se manifestou sobre o conflito.

Organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasnorte, um dos diretores da entidade, Gilberto Rodrigues Nogueira, informou que a interdição continua.

 “Liberamos a pista por volta das 17h somente para cargas vivas e congelados. Fora isso, só é permitida a passagem de ambulância, viaturas policiais e pessoas com problemas de saúde que comprovem isso com documentos”, avisou o sindicalista.

Na manhã desta sexta-feira, a pista foi liberada por mais 1 horas, porém voltou a ser interditada.

Manifestantes afirmam que só liberam a pista quando o Incra der uma saída para as famílias sem terra que vivem em barracas de lona preta, precariamente, com dificuldade de acesso à água e as crianças tem aula na cidade de Brasnorte.

O grupo que resiste à beira da estrada quer ser encaminhado ao assentamento Paranorte e não aceitam negociar outro lugar.

Conforme Gilberto Nogueira, é tranquilo o clima dos manifestantes, entre os quais há mulheres e crianças. No entanto, os caminhoneiros parados em fila já estão revoltados.