Hugleice da Silva, de 35 anos, que é suspeito de esfaquear e depois amarrar a esposa, Mayara Bianca Barbosa Rodrigues, de 29 anos, em Rondonópolis (MT), no domingo (18), foi preso nesta quinta-feira (22), na BR-163, em Dourados, Mato Grosso do Sul, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo a PRF, ele foi preso em uma abordagem de rotina na rodovia. Dirigia um carro com placas de Costa Rica (MS) e na checagem dos seus dados pessoais, os policiais descobriram que tinha um mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça, mas não era por conta do crime de domingo e sim, por atraso no pagamento de pensão alimentícia. Após a prisão foi conduzido para a delegacia de Polícia Civil de Dourados.
Além do crime no Mato Grosso, Hugleice também é acusado em Mato Grosso do Sul de prática de aborto e ocultação de cadáver de sua cunhada, a estudante Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos. Ela desapareceu em Campo Grande em maio de 2011. O corpo foi encontrado em um canavial na cidade de Sidrolândia, a 70 quilômetros da capital, no dia 11 de junho de 2011.
O cunhado de Marielly e um enfermeiro foram presos, suspeitos de envolvimento na morte da jovem. Inicialmente, Silva negou que tivesse qualquer relação com o caso, mas confessou que teve um relacionamento com a garota e que a levou para abortar em Sidrolândia.
Hugleice disse que pegou o telefone do enfermeiro com um caminhoneiro e marcou encontro na casa dele, em Sidrolândia. O cunhado de Marielly disse à polícia que o enfermeiro contou que o procedimento deu errado e a jovem morreu.
Em relação a tentativa de homicídio contra a esposa neste domingo, o advogado de Hugleice, José Roberto Rodrigues da Rosa, convocou uma coletiva no início da semana, em Campo Grande, para apresentar a versão do suspeito sobre o crime.
"Ele disse que o que aconteceu foi uma briga de casal. Antes, ele pegou o telefone dela e lá haviam mensagens e fotos dela, conversando com um rapaz que supostamente seria um amante. Então, ele fala que perdeu a cabeça por conta disto”, comentou ao G1 o advogado.
Sobre o crime envolvendo a cunhada, o advogado explicou que o processo está aguardando a decisão da pronúncia. "O processo corre em Sidrolândia e até hoje não houve condenação. Minhas alegações finais ocorreram em fevereiro deste ano e, depois, houve troca de juízes no município e agora é que deve ser decidido se manda à júri popular ou não. Neste caso, ele responde pelos artigos 126 e 127, que é provocar aborto ou instigar aborto com resultado morte e ocultação de cadáver", comentou.
A mulher foi esfaqueada e amarrada pelo marido nesse domingo (18), na casa deles em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, Hugleice feriu Mayara depois que olhou mensagens no celular dela.
Mayara sobreviveu e foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Regional de Rondonópolis. O marido dela é procurado, mas, não foi encontrado até esta segunda-feira (19).
Hugleice deixou ela em casa, fugiu em um carro, modelo Pálio, e não foi mais encontrado. Ainda conforme a Polícia Civil, Mayara conseguiu se soltar, foi até a entrada da residência e gritou por socorro. Ela foi socorrida pelo Samu e está internada em estado grave.
O marido, ao fugir, levou o celular da vítima. Familiares da vítima disseram que Hugleice ainda mandou mensagens os ameaçando. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher de Rondonópolis.