Um novo inquérito policial investiga a suposta prática de tortura pela tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, durante as aulas práticas dos cursos de formação do órgão. A tenente já responde na Justiça pelo crime de tortura após morte do também aluno Rodrigo Claro, de 21 anos, que passou mal após uma aula prática. O G1 não conseguiu localizar a defesa de Ledur.
A nova investigação teve início durante as oitivas do inquérito policial que investigava a morte de Rodrigo Claro. À época, o ex-aluno foi ouvido e relatou os supostos abusos cometidos pela tenente. Por causa dos excessos, ele desistiu do curso.
Após a conclusão deste inquérito, o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) entendeu que o ex-aluno também era vítima da tenente e que os relatos deveriam ser apurados. O novo inquérito ainda não foi concluído, segundo o MP.
Desde a morte de Rodrigo até agora, Ledur apresentou sete atestados e está de licença médica há um ano. A tenente ainda tentou por duas vezes ser promovida para capitã, o que foi negado pela corporação.
Rodrigo morreu depois de passar mal durante um treinamento aquático dos bombeiros em novembro de 2016, atividade coordenada pela tenente Izadora Ledur, que era a instrutora do curso.
Ledur responde criminalmente pela morte do aluno e ficou monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. Porém, no mês de outubro, conseguiu na justiça o direito de retirar a tornozeleira eletrônica que a monitorava.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Ledur usou de meios abusivos de natureza física, como caldos e afogamentos, e de natureza mental mental ameaçando desligar o Rodrigo do curso.
A primeira audiência do caso foi marcada pelo juiz Marcos Faleiros da Silva, da Sétima Vara Criminal, para o dia 26 de janeiro de 2018, em Cuiabá.