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Aeronave funcionou como abrigo para tripulantes durante quatro dias na mata, diz piloto da FAB

Aeronave funcionou como abrigo para tripulantes durante quatro dias na mata, diz piloto da FAB

Data: Quinta-feira, 06/12/2018 09:02
Fonte: Da Redação

O capitão aviador Tiago Taffarel, da Força Aérea Brasileira (FAB), que participou das buscas ao piloto Marcelo Balestrin e o co-piloto John Cleiton Venera, que ficaram desaparecidos por quatro dias em região de mata próximo de Cáceres (218 quilômetros de Cuiabá), explicou que a aeronave funcionou como um abrigo para eles, que estavam bastante feridos.

Segundo ele, a FAB foi acionada na última sexta-feira (30), quando a aeronave Cessna Aircraft (PT-ICN) perdeu sinal. Na madrugada do dia 1º, as buscas tiveram início, no entanto, as condições climáticas não eram favoráveis ao helicóptero de resgate e foi preciso que as equipes retornassem para Cuiabá.
 
“Procuramos fazer buscas em algumas áreas que a região permitiu”, detalhou o militar que atua há 20 anos na FAB. “Durante a noite fizemos buscas com radar, mas não conseguimos encontrar nada neste dia”, acrescentou.
 
Mesmo com o mau tempo, duas aeronaves, sendo uma modelo CS-105 e outra H-60 Black Hawk, e 27 militares se empenharam durante o dia e noite para tentar localizar os rapazes.
 
Já em condições meteorológicas melhores, na segunda-feira (3), a FAB retomou às buscas, focando no último ponto onde a aeronave emitiu sinal até o destino, a cidade de Santo Antônio de Leverger.
 
Com quase 50 horas intermitentes de voo, os militares conseguiram localizar a aeronave e os dois ocupantes ainda com vida, no final da tarde desta terça-feira (3). O capitão aviador descreveu que, apesar de machucados, eles estavam lúcidos e orientados.
 
“A aeronave protegeu os pilotos mesmo eles estando feridos. Acabou virando um abrigo para eles”, disse.
 
Taffarel também destacou o trabalho das equipes que atuaram na missão e demonstrou satisfação em trazer para casa Marcelo e John com vida.
 
“O pessoal se empenhou bastante. Mantemos firmes para encontrá-los. Vimos que as pessoas eram bastante queridas. Alegria de trazer esse pessoal para casa neste final de ano. O acidente aeronáutico é muito complicado. Nosso corpo humano não suporta esse impacto. Mas eles tiveram muita sorte. Essa alegria de trazer pessoas com vida depois de quatro dias não tem descrição”, finalizou.