O corretor de imóveis Gabriel Dias, de 25 anos, que decidiu deixar a imobiliária que administrava, em Cuiabá, para viajar pelo mundo, passou por Cáceres, a 220 km de Cuiabá, na última semana e disse que, apesar de ter passado pelo local em outras ocasiões, viu a cidade de uma forma diferente.
Gabriel contou que, assim que chegou na cidade, seguiu para a Dolina Das Águas Milagrosas, um dos principais pontos turísticos da região.
“Ainda não conhecia, então fui direto para o local quando cheguei. Cáceres que conheci vindo diversas vezes de carro, é totalmente diferente dessa que conheci de bicicleta”, contou.
O empresário disse que deixou a empresa em agosto de 2017, passou um ano viajando de carona e conheceu os 13 países da América do Sul. Ao retornar à casa dos pais, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, ele pegou a bicicleta que o pai dele havia comprado e decidiu ir para o Alasca, em novembro deste ano.
Serão, em média, 150 dias de viagem até o Alasca, cruzando 11 países.
Segundo Gabriel, ele viaja durante o dia e procura um lugar para dormir à noite. Para isso, ele conta com a ajuda de algumas pessoas que encontra pelo caminho.
“Todos os dias tenho que dormir em algum lugar, principalmente em fazendas que encontro pela estrada. Eu chego e explico às pessoas sobre minha viagem e peço um lugar para colocar minha rede. É impressionante como as pessoas estão sendo receptivas”, disse.
Ele leva apenas uma mochila com objetos pessoais e um pouco de comida reserva. Além disso, ele substituiu a barraca por uma rede, para que a viagem fosse mais leve.
“A minha intenção é se esquipar com coisas mais pesadas apenas quando realmente precisar. Quando eu chegar nos Estados Unidos estará frio, mas daqui até lá são 8 mil quilômetros, então não tem necessidade de carregar uma roupa que não vou usar durante esse trajeto”, explicou.
Gabriel descreve que viajar de bicicleta é um sentimento superior ao de liberdade e que, atualmente, a bicicleta é tudo que ele tem. Ele afirmou que nunca foi apegado ao dinheiro, mas gostava do conforto que tinha.
“Apesar disso, de ter uma vida financeiramente boa, eu sempre tinha aquela preocupação de ser roubado e perder minhas coisas, mas hoje levo uma vida mais leve. Minha bicicleta é tudo, mas se roubarem ela, vou continuar feliz, tentar recuperar e viajar de outras formas até conseguir comprar outra mais simples”, pontuou.
Gazeta MT/Luana Santana