Uma mulher denunciou um médico do Hospital Regional de Cáceres, a 280 km de Cuiabá, à polícia, por ter retirado o rim errado durante cirurgia realizada em 6 de agosto deste ano.
Técnica em enfermagem, Sirlei Herrera Infante Pereira, de 47 anos, afirmou à Polícia Civil que o médico Marcos Ednelson Garcia Bello, que atende no Hospital Regional de Cáceres, solicitou diversos exames e constatou que o rim esquerdo dela estava com tumores. O médico também teria lhe afirmado que o rim direito estava perfeito.
O G1 não conseguiu localizar a defesa do médico Marcos Ednelson Garcia Bello. Em contato com o Hospital Regional de Cáceres, a reportagem foi informada que o diretor que falaria sobre o caso estaria em uma reunião e só poderia responder aos questionamentos no dia seguinte.
Sirlei contou ao G1 que desde janeiro deste ano fazia consultas regulares com o médico devido ao problema no rim. Ela disse que ele solicitou exames como ressonância, tomografia e ultrassonografia para chegar ao diagnóstico.
Após mostrar os exames ao médico, em junho, ele marcoU a cirurgia, que foi realizada no dia 6 de agosto.
“Entrei no centro cirúrgico por volta de 11h e saí às 17h. Quando acordei, senti muita dor”, explicou Sirlei.
Ela disse que, ao acordar, foi avisada pelo próprio médico que o rim direito havia sido retirado.
Sirlei contou à polícia que, ao questionar o médico, ele lhe disse que fez a retirada do rim direito durante o procedimento cirúrgico após fazer a apalpação dos órgãos e constatar que o rim esquerdo estava perfeito e que o “rim direito estava podre e desmanchando como um tecido velho”.
“Ele acabou com a minha vida. Não há como devolver meu rim, mas eu espero que a Justiça obrigue esse médico a devolver tudo que eu já gastei e a custear o tratamento”, disse Sirlei.
Ela conta que após a cirurgia continuou passando mal. Foi quando juntou todos os exames e foi para Cuiabá, onde reunião uma junta médica para analisar seu caso.
Devido as dores que sente, Sirlei precisou deixar o emprego. "Agora minha vida se resume a remédios e dores", conta ela.
Segundo ela relatou no BO, os médicos de Cuiabá analisaram os exames e afirmaram que não havia necessidade da retirada de nenhum dos dois rins.
A Polícia Civil investiga o caso.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) foi procurado pelo G1 e afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que vai se posicionar assim que tomar conhecimento sobre o suposto caso de erro médico.